EQUIPA DA ADF
O Ministério de Saúde da Zâmbia desenvolveu um novo teste de antigénio da COVID-19. O teste com recurso à zaragatoa nasofaríngea produz resultados dentro de 30 minutos e pode ser feito em qualquer centro de saúde.
“A arte do teste do antigénio contribui para poupar tempo, especialmente pelo facto de não termos de enviar amostras para o laboratório,” Dr. Consity Mwale, director de saúde da província de Lusaka, disse numa reportagem do Lusaka Times.
O novo teste foi desenvolvido numa altura em que o país experimenta um aumento acentuado de infecções e mortes pela COVID-19 que deixou preocupados os líderes zambianos.
Durante uma conferência de imprensa do dia 4 de Janeiro, o Ministro de Saúde da Zâmbia, Dr. Chitalu Chilufya, disse que os oficiais, incluindo o presidente Edgar Lungu, estavam preocupados com uma nova variedade do vírus que parecia que se propagava mais rapidamente do que a primeira e com efeitos mais graves sobre os pacientes.
O aumento no número de infecções é atribuído à falta de adesão às orientações de saúde pública, como o distanciamento social, a lavagem frequente das mãos e o uso da máscara, disse Chilufya. As autoridades zambianas apelaram ao público para levarem a pandemia a sério e confiarem em fontes de informação credíveis.
Em Dezembro último, o Hospital Universitário, o maior hospital de referência do país, registou uma onda de casos de mortes à chegada, que as autoridades disseram que podem estar relacionadas com a automedicação das pessoas contra a COVID-19 com recurso a medicamentos não comprovados e não seguros, comunicou a dandc.eu, um sítio da internet que aborda assuntos internacionais.
O Dr. Lloyd Mulenga, director de doenças contagiosas da Zâmbia, disse que muitos zambianos estavam a usar medicamentos destinados a combater outras doenças ou a tomar “várias misturas de ervas.”
“Isto põe em risco os esforços médicos para controlar o vírus e prevenir novas infecções,” disse ao dandc.eu.
Chilufya afirmou que muitos dos recentes pacientes da COVID-19 reconheceram que participaram em festas e casamentos e frequentaram casas nocturnas.
“Então, fica claro que a questão de contacto de pessoa para pessoa em aglomerados, locais de trabalho e locais movimentados como supermercados é um factor muito preponderante nesta segunda vaga,” afirmou Chilufya no dia 4 de Janeiro. “A negligência que vemos por parte do público está a motivar a enorme propagação da COVID-19 na segunda vaga. A mensagem é simples: vamos cumprir com estas medidas.
“Se não o fizermos, estes números irão aumentar diariamente, as mortes irão aumentar diariamente e depois devemo-nos preparar para medidas drásticas para garantir que coloquemos um fim à transmissão comunitária.”
Para conter o aumento acentuado, a Zâmbia decretou o aumento da vigilância em todos os pontos de entrada, nos hospitais e nas comunidades, disse Chilufya. Os funcionários de saúde pública também começaram a ir de casa em casa para avaliarem os residentes, realizarem o rastreamento dos contactos e isolarem as pessoas infectadas.
“Se não fizermos isso, os nossos hospitais ficarão abarrotados, as nossas camas estarão completamente preenchidas e o nosso consumo de oxigénio e todos os outros bens ficarão inacessíveis,” disse, acrescentando que a Zâmbia está “firme e no caminho certo” para começar a vacinação das pessoas contra a COVID-19 em Fevereiro. A Zâmbia foi aprovada pela COVAX, uma iniciativa global que trabalha para assegurar o acesso equitativo global à vacina da COVID-19.
Vários visitantes da página do Facebook do Ministério de Saúde apelaram aos zambianos para aceitarem que a pandemia é real e seguirem as medidas de saúde pública.
“Ouçam, prezados, a Zâmbia não possui capacidade para gerir grandes números de casos de COVID-19,” escreveu Cecilia Chimfwembe. “Todos têm de levar isto a sério. Deus protege a todos, mas vocês têm de fazer a vossa parte.”
Vanessa Mwewa Chisesa Wall repreendeu aqueles que dizem que a pandemia é falsa.
“Continuem a dizer isso até que um amigo ou familiar teste positivo,” escreveu Wall. ” O meu amigo que estava na linha da frente está a recuperar da COVID-19 e um outro ficou de baixa ontem à noite no Hospital Levy (Mwanawasa) (em Lusaka).”