EQUIPA DA ADF
A pandemia da COVID-19 está a assolar a Namíbia, que há poucas semanas esgotou o stock de oxigénio e vacinas, enquanto os hospitais e as casas mortuárias alcançaram o máximo das suas capacidades.
No dia 5 de Julho, a Namíbia recebeu outras más notícias quando confirmou a presença da variante Delta. A estirpe altamente contagiosa foi registada em 17 das 18 amostras retiradas de casos positivos da COVID-19, na região central de Khomas, Director-Executivo do Ministério de Saúde da Namíbia, Ben Nangombe, disse num comunicado.
“Este é o primeiro relato sobre a detecção da variante Delta em Namíbia,” disse. “Mais actividades de sequenciamento de genómica serão levadas a cabo nas próximas semanas para determinar até que ponto a variante pode estar presente no resto do país.”
A Namíbia já teve mais de 95.703 casos confirmados de COVID-19 e 1.649 mortes, de acordo com as estatísticas do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, até ao dia 5 de Julho.
Mas o surpreendente número de 34.285 infecções e 726 mortes foi registado em Junho, de acordo com Nangombe. A Namíbia possui uma das mais altas taxas de infecções do mundo.
“Neste momento, não podemos afirmar se já atingimos o pico da terceira vaga ou se ainda estamos a subir,” disse à imprensa, no dia 30 de Junho, quando a Namíbia atingiu o recorde de um dia único com 3.268 novos casos.
Nesse mesmo dia, o presidente Hage Geingob anunciou novas medidas de confinamento obrigatório total que incluíam o recolher obrigatório nocturno, a proibição de viajar entre regiões e as restrições na venda de álcool.
“Tendo eu próprio recuperado da COVID-19, vi a necessidade de tomar a decisão difícil de proteger a nós mesmos,” disse. “Também apelo a todos os namibianos para serem vacinados.”
Contudo, vários distritos ficaram sem vacinas. Em termos gerais, o país parou de administrar as segundas doses e espera-se que a interrupção dure seis semanas antes do recomeço.
Namíbia vacinou completamente pouco mais de 26.000 pessoas dentre a sua população de 2,5 milhões. O país administrou mais de 124.000 doses de vacina, comunicou o Ministério de Saúde, no dia 4 de Julho.
Apesar de ter pago para participar na COVAX, a iniciativa global para a distribuição da vacina, a Namíbia apenas recebeu 67.200 das 108.000 doses que lhe tinham sido alocadas. Espera-se que as restantes cheguem mais tarde, entre Julho e Agosto.
“A maioria destas doses já foi utilizada, e apenas sobrou um stock limitado,” Ministro de Saúde, Kalumbi Shangula, disse à imprensa, no dia 30 de Junho. “Continuaremos a vacinar em locais onde o stock de vacinas ainda está disponível.
“A verdade é que alguma protecção é melhor que nenhuma.”