EQUIPA DA ADF
No Quénia, as rigorosas medidas de confinamento obrigatório ajudaram a reduzir a propagação da COVID-19, mas também fecharam o sector do turismo e exacerbaram a fome enfrentada por milhares de pessoas.
Para poder ajudar a fortalecer a recuperação do Quénia da COVID-19, os EUA anunciaram recentemente um programa de Obras Locais, de três anos, no valor de 7 milhões de dólares, através da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O programa terá maior foco nas comunidades da zona norte e da zona costeira do Quénia e ainda da Reserva Nacional do Maasai Mara.
Historicamente, essas zonas já experimentaram altos níveis de pobreza, fome, conflitos violentos e fraco acesso a cuidados de saúde. A paisagem natural do Quénia foi afectada pela caça furtiva, pragas de gafanhotos e pastagem desregrada.
Desde que a COVID-19 se propagou para o Quénia, as exportações agrícolas reduziram em mais e 50%, enquanto as exportações da horticultura reduziram para a metade e muitos dos 75.000 trabalhadores do sector foram dispensados, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
O programa da USAID visa ajudar os líderes locais quenianos e os membros da comunidade a atraírem e a aumentarem o investimento do sector privado, fortalecer as economias locais e ajudar as comunidades a encontrar o financiamento necessário para revitalizar e estabilizar a oferta de empregos. Os quenianos irão determinar as maiores prioridades do programa.
“Ao focalizarmos a nossa assistência directamente nas e a favor das comunidades locais, garantimos que os fundos estejam a ser utilizados por aqueles que conhecem o que é mais necessário e aumentamos a transparência e a responsabilização,” disse o embaixador dos EUA no Quénia, Kyle McCarter.
Os EUA anunciaram o programa de Obras Locais da USAID numa altura em que o Quénia relaxava as suas medidas de confinamento obrigatório. Com as empresas a reabrirem, o sector privado do país registou o maior ritmo de crescimento dos últimos 29 meses, em Setembro. Numa pesquisa, o Índice de Gestores de Compra, Markit, do Stanbic Bank, do Quénia, disse que a procura “reprimida” motivou os gastos dos consumidores.
Quando o primeiro caso da COVID-19 foi registado no Quénia, em Março, os EUA comprometeram-se em apoiar com 6 bilhões de xelins quenianos (55,2 milhões de dólares) para a resposta à pandemia, através de equipamento, testes, formação e pesquisa, assim como apoio à saúde, água, saneamento, ensino, emprego e segurança alimentar.
No início de Outubro, os EUA doaram 200 ventiladores ao Quénia, numa altura em que o país se debatia com um aumento significativo de casos de coronavírus, muitos dos quais registados na parte ocidental do país.
Os ventiladores, produzidos nos EUA, podem ajudar no prolongamento da vida dos pacientes mais graves e com dificuldades de respiração. As máquinas podem melhorar os níveis de oxigénio nos pacientes com insuficiência pulmonar. Funcionam transportando o oxigénio para dentro e para fora dos pulmões através de um tubo inserido nas vias aérea do paciente.