EQUIPA DA ADF
O Chefe do Estado-Maior do Exército do Níger, Major Mamane Sani Kiaou, trabalhou em estreita colaboração com os militares dos Estados Unidos nos últimos meses para organizar a retirada faseada das tropas americanas daquele país da África Ocidental.
Kiaou e uma delegação do Ministério da Defesa Nacional do Níger participaram numa cerimónia de entrega a 7 de Julho, quando as últimas tropas americanas embarcaram num avião de transporte C-17 e partiram da Base Aérea 101 em Niamey.
“A cooperação e a comunicação eficazes entre as forças armadas dos EUA e do Níger garantiram que esta rotação fosse concluída antes do prazo e sem quaisquer complicações,” o Ministério da Defesa do Níger e o Departamento de Defesa dos EUA disseram num comunicado conjunto.
Mais de 766 soldados saíram do Níger desde que, em Abril, os EUA solicitaram a retirada dos seus cerca de 1.000 efectivos militares do país.
O Major-General da Força Aérea dos EUA, Kenneth Ekman, disse aos jornalistas que várias equipas pequenas de 10 a 20 soldados americanos, incluindo forças de operações especiais, foram deslocadas para outros países da África Ocidental. Mas a maior parte do pessoal irá inicialmente para a Europa.
Ekman, director de estratégia, envolvimento e programas do Comando dos EUA para África, está a liderar a retirada militar dos EUA.
“Hoje reflectimos positivamente sobre os últimos 15 anos de cooperação em matéria de segurança e de sacrifício partilhado entre as forças dos EUA e as forças nigerinas,” disse num comunicado. “Estou grato pela estreita colaboração com os nossos anfitriões nigerinos para apoiar a retirada segura, ordenada e responsável das forças dos EUA comemorada hoje na Base Aérea 101.”
Menos de 500 soldados americanos sairão da base de Agadez em Agosto, antes do prazo de 15 de Setembro estabelecido no acordo de retirada com o Níger.
Os EUA comprometeram-se a não destruir equipamento ou instalações quando abandonarem a Base Aérea 201, que tinha funcionado como um importante centro de vigilância antiterrorista e de apoio operacional. A instalação recolhia informações sobre organizações extremistas violentas no Sahel ligadas à al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico.
“O nosso objectivo na execução é deixar as coisas no melhor estado possível,” disse Ekman. “Se saíssemos e deixássemos tudo em ruínas, ou se saíssemos com rancor, ou se destruíssemos as coisas à medida que avançávamos, estaríamos a excluir as opções de que ambas as nações necessitam para o futuro. E os nossos objectivos de segurança continuam a estar interligados.”
Ekman lamentou o desafio de lutar contra as múltiplas insurgências no Sahel e de deixar de ter acesso ao Níger. A sua região fronteiriça com o Burquina Faso e o Mali tornou-se um dos focos de terrorismo mais activos do mundo.
“O Níger foi-nos extremamente útil como local, porque se situa no Sahel e é adjacente às áreas onde a ameaça está mais concentrada,” disse Ekman.
Os EUA manifestaram o seu desejo de trabalhar com o Níger em futuras colaborações militares.
“Ainda não definimos o próximo capítulo da nossa relação bilateral de segurança com o Níger,” disse Ekman. “A nossa estreita colaboração na retirada da Base Aérea 101 ajudará a dar o mote para essas discussões.
“Esse próximo capítulo envolverá também outras forças armadas regionais, enquanto ajustamos a nossa presença e as nossas actividades na África Ocidental para prosseguir objectivos de segurança mútuos. O Comando dos Estados Unidos para a África manterá a sua atenção no desenvolvimento das capacidades dos parceiros e no reforço das relações e da confiança. Estamos empenhados em ouvir as forças armadas da África Ocidental para melhor apoiar as suas operações lideradas por parceiros e possibilitadas pelos EUA para combater o extremismo violento e melhorar a segurança e a estabilidade.”