AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
Otribunal malawiano condenou membros de uma rede de traficantes a um total de 56 anos de prisão pela venda de produtos provenients da fauna bravia.
Os nove traficantes condenados faziam parte da associação criminosa Lin-Zhang e incluía sete cidadãos de nacionalidade chinesa. Os agentes prenderam o chefe da quadrilha, Yunhua Lin, em Agosto de 2020, depois de três meses de caça ao homem. O tribunal considerou-o culpado de tráfico de partes de animais, tais como escamas de pangolim, chifres de rinoceronte, marfim e dentes de hipopótamos.
Brighton Kumchedwa, Director de Parques e Vida Selvagem do Malawi, aclamou as condenações. “O Malawi não é mais um parque de diversão para estes criminosos que destoem a vida selvagem,” disse depois da sentença.
As autoridades acreditam que Lin-Zhang tem estado a operar no Malawi por pelo menos uma década. A caça furtiva já dizimou a população de elefantes do mundo, que registou um declínio de vários milhões no início do Séc. XIX para cerca de 400.000 em 2015. Até 60% das mortes de elefantes podem ser atribuídas à caça furtiva, de acordo com o grupo de conservação World Wildlife Fund.
Existe uma grande procura na Ásia por dentes de elefante, chifres de rinoceronte e outras partes de animais para ornamentação e suas alegadas propriedades medicinais.
Grupos ambientais internacionais elogiaram o Malawi pelo seu comprometimento em derrubar redes de tráfico. O Malawi prendeu 14 membros da associação criminosa, em 2019, e, até Agosto de 2020, um ainda esperava pelo julgamento, reportou o Nyasa Times.
“Depois de anos de esforços conjuntos e de superar inúmeros obstáculos, este pequeno país demonstrou como, com vontade política e determinação, desmantelar uma das mais proeminentes associações criminosas do crime organizado internacional em África,” disse Mary Rice, directora-executiva da Agência de Investigação Ambiental.
Rice espera que outros países sigam o exemplo do Malawi. “Combater o crime a este nível requer sofisticação, colaboração, coragem e tenacidade,” explicou. “O Malawi deve orgulhar-se muito — e outros países africanos que actualmente lutam contra este flagelo do comércio ilegal de vida selvagem fariam bem se seguissem este exemplo de liderança global.”