ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
O Togo recebeu a validação da Organização Mundial de Saúde (OMS) por ter eliminado a tripanossomíase humana africana, ou “doença do sono,” como um problema de saúde pública, tornando-se no primeiro país a alcançar esta meta.
Os parasitas transmitidos por moscas tsé-tsé causam a doença do sono e são encontrados em cerca de três dezenas de países africanos. Quando não é tratada, a doença do sono é quase fatal. Em 1995, cerca de 25.000 casos foram detectados, cerca de 300.000 casos passaram sem ser detectados e 60 milhões de pessoas estiveram em risco de infecção. Em 2019, menos de 1.000 casos foram registados. O Togo não registou qualquer caso da doença nos últimos 10 anos. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça e dores nas articulações. Quando o parasita infecta o sistema nervoso, confusão, mudança de comportamento e interrupção do ciclo do sono surgem.
Existem duas formas da doença do sono. A primeira, devido ao trypanosoma brucei gambiense, é encontrada em 24 países da África Ocidental e Central e é responsável por 98% dos casos. A segunda, trypanosoma brucei rhodesiense, é encontrada em 13 países da África Austral e Oriental. A OMS e seus parceiros estão a trabalhar para eliminar a forma do gambiense como um problema de saúde publica de todos os países endémicos até 2030. Benin, Burkina Faso, Camarões, Costa do Marfim e Gana começaram o processo de validação com o apoio da OMS.
A realização do Togo vem depois de mais de duas décadas de compromisso político substancial, vigilância e rastreio. As autoridades togolesas de saúde pública estabeleceram medidas de controlo no ano de 2000. Em 2011, o país estabeleceu locais de vigilância nos hospitais das cidades de Mango e Tchamba, que cobrem as principais regiões de risco. As autoridades sanitárias mantiveram desde então uma vigilância reforçada nas regiões endémicas e em risco.
“O Togo é pioneiro na eliminação da doença do sono,” disse a Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África. “Eu parabenizo o governo e o povo de Togo por indicarem o caminho. Tenho a certeza de que os esforços do país irão inspirar os outros a trabalharem arduamente com vista a uma erradicação final da doença do sono.”