EQUIPA DA ADF
África do Sul está a experimentar um aumento nas infecções por COVID-19 numa altura em que a época de gripes do hemisfério sul está a chegar, de acordo com dados de indivíduos testados e amostras de águas residuais municipais.
A amostragem das águas residuais tornou-se uma parte crucial para o rastreio da pandemia, porque estudos demonstraram que ela pode identificar aumentos de infecções pela COVID-19 semanas antes de hospitais e clínicas os registarem.
“A vigilância das águas residuais e dados do Serviço Nacional de Laboratório de Saúde sugerem que existe um aumento na circulação do vírus e de infecções,” vacinologista sul-africano, Dr. Shabir Madhi, disse ao Bloomberg News.
As províncias populosas de Guateng e KwaZulu-Natal registaram a maior parte do aumento. Guateng é onde se encontra Joanesburgo.
A positividade de casos também aumentou para aproximadamente 16%, cerca de 5 pontos percentuais acima da média continental, indicando que muitos casos podem ficar sem ser detectados.
Apesar do aumento no número de casos, as autoridades de saúde pública não declararam o aumento como sendo o começo da esperada quinta vaga de infecções. Dr. Nicholas Crisp, director-geral adjunto do Departamento de Saúde da África do Sul, disse à Bloomberg que uma quinta vaga será impulsionada por uma nova variante, em vez da recentemente anunciada sub-linhagem da Ómicron, BA.4, detectada em amostras de águas residuais examinadas pelo Instituto Nacional de Doenças Contagiosas.
“Haverá uma quinta vaga,” disse Chrisp. “Não sabemos quando. Estamos a observar como um falcão.”
“O aumento no número de casos da África do Sul entra em contradição com a tendência de decréscimo que o resto do continente vem experimentando.
De acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, o número de casos baixou em 7% durante o mês de Abril em todo o continente. O número de mortes esteve abaixo de 8%. As testagens também reduziram em 23% neste mês — uma situação que dificulta que as autoridades de saúde pública façam o rasteiro do aumento de novas variantes, de acordo com o Director do Africa CDC, Dr. John Nkengasong.
“Estarmos prontos para a próxima vaga é algo em que devemos trabalhar colectivamente para garantir que haja preparações prontas,” disse Nkengasong durante uma recente conferência de imprensa.
Mahdi descreveu o aumento no número de casos como reaparecimento da Ómicron. Devido ao alto nível de exposição anterior à COVID-19 da África do Sul, é provável que o reaparecimento não seja mais severo do que a anterior vaga da Ómicron que assolou o país no final de 2021, disse Madhi.
Testes de sangue da população da África do Sul revelam que cerca de 80% do país esteve exposto ao vírus da COVID-19, garantindo um certo nível de imunidade.
Adrian Gore, director-executivo da empresa de seguros Discovery, disse que a imunidade pode provavelmente conter o impacto de uma quinta vaga.
“Embora possa ser mais severa, ainda assim pensamos que seja pouco provável,” disse Gore ao Bussiness Tech, da África do Sul. “Mas é um risco, por conseguinte, penso que precisamos de ser cautelosos e não seguirmos um ponto de vista rígido.”