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A arquitecta portuguesa, Tânia Monteiro, e o seu marido estão quase sozinhos enquanto visitam as pirâmides do Sudão, uma atracção de classe mundial há muito negligenciada pelo mundo.
“As pessoas são muito, muito agradáveis, sempre muito acolhedoras”, disse Monteiro numa visita a Méroe, uma cidade antiga na margem leste do rio Nilo, cerca de 200 quilómetros a nordeste da capital, Cartum.
Embora menores, o Sudão tem mais, pirâmides do que o Egipto, mas atraiu apenas cerca de 700.000 turistas em 2018, em comparação com 10 milhões no seu vizinho do norte.
Conflitos e crises sob o ex-governante Omar al-Bashir, um regime de vistos difícil e a falta de estradas e hotéis fora de Cartum tornaram o Sudão um destino turístico improvável. Mas desde que al-Bashir perdeu o poder, em Abril de 2019, o governo civil de transição está a facilitar as regras de vistos para atrair mais visitantes a lugares, como as Pirâmides Reais de Méroe.
Como os egípcios, a dinastia Nubian Kush, que governou a área 2.500 anos atrás, enterrou membros da família real em túmulos de pirâmides. Perto das pirâmides de Méroe encontra-se uma série de templos com desenhos antigos de animais e da antiga cidade de Naga, e há mais pirâmides mais ao norte em Jebel Barka.
O governo começou a relaxar o sistema de vistos, incluindo a retirada de uma autorização necessária para viajar para fora de Cartum. As entradas caíram em 2019 devido à agitação, mas espera-se que os números excedam 900 mil em 2020 e possam chegar a 1,2 milhão em 2021.
O Sudão precisa de turistas depois de décadas de isolamento e hiperinflação. Em Méroe, graças ao dinheiro do Catar e à experiência alemã, foi criado um centro de visitantes que explica a história do Sudão e das pirâmides. Há trilhos para caminhadas e um novo centro de recepção.
Os visitantes agora podem entrar para dentro das pirâmides e brevemente poderão entrar em sepulcros que estão no subsolo, parte da ajuda de 135 milhões de dólares do Qatar. Várias pirâmides serão restauradas após décadas de negligência.