EQUIPA DA ADF
Após 18 anos e três missões de paz multinacionais, a Somália está a assumir o controlo total da sua própria segurança. A Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS) está a retirar as suas tropas daquele país do Corno de África.
A União Africana estava a retirar as tropas de forma gradual e estratégica, sector por sector, com o objectivo de terminar a ATMIS até 31 de Dezembro de 2024. O Burundi, o Djibouti, a Etiópia, o Quénia e o Uganda contribuem com tropas para a missão.
Quando as tropas da ATMIS se retiravam, as tropas somalis estavam a terminar a sua formação no estrangeiro. O objectivo era ter 15.000 soldados prontos até ao final de 2023, afirmou Hussein Sheikh-Ali, conselheiro de segurança nacional do Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud.
O plano consiste em transferir a segurança para as forças somalis, consolidando e preservando os ganhos obtidos contra a insurgência do al-Shabaab pela ATMIS e pela Missão da União Africana na Somália, que precedeu a ATMIS de 2007 a 2022.
Amani Africa, um grupo de reflexão política sediado em Adis Abeba, Etiópia, observou num relatório de 28 de Abril de 2023 que a ATMIS continua a enfrentar um “terrível défice de financiamento” à medida que a transição prossegue. Apesar disso, a ATMIS fez “progressos notáveis” ao conduzir operações cinéticas conjuntas com as forças de segurança somalis contra os militantes do al-Shabaab desde Agosto de 2022.
Um plano de quatro fases prevê que os níveis de tropas da ATMIS diminuam dos actuais 18.586 para pouco mais de 9.500 no final do período de transição, em finais de 2024. A Somália tenciona aumentar gradualmente o número das suas forças para cerca de 23.000 e assumir o controlo quando a ATMIS se retirar totalmente.
Aproximando-se a primeira retirada das tropas, os presidentes dos países que contribuíam com tropas para a ATMIS reuniram-se a 27 de Abril de 2023, em Entebbe, no Uganda, para discutir a missão e a retirada iminente. Após a reunião, os funcionários emitiram um comunicado em que apelam a “um maior apoio logístico às Forças de Segurança da Somália” e reafirmam as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que visam uma “abordagem estratégica, gradual e sectorial da retirada.” O comunicado sublinhou igualmente a importância da protecção das forças, como o apoio da aviação. O documento pede também que o Conselho de Segurança levante o embargo de armas à Somália para que o país possa satisfazer as suas necessidades de segurança.
O comunicado solicita a UA e os seus parceiros que disponibilizem um financiamento adequado para manter a ATMIS até ao final do seu mandato.