Desde finais de 2019, a região do Grande Corno de África esteve a lidar com a pior invasão de gafanhotos do deserto em décadas. Agora, a Somália abriu um centro de detecção de gafanhotos para ajudar a lidar com a crise.
Os gafanhotos têm destruído dezenas de milhares de hectares de terras de cultivo e de pastagem. Na Somália, onde a maioria da população depende da agricultura e da pastorícia para os seus meios de subsistência, secas e cheias recorrentes prejudicaram significativamente a segurança alimentar dos agregados familiares. A crise dos gafanhotos do deserto apenas tornou a vida mais difícil.
A Somália, juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, abriu o Centro Nacional de Monitoria e Controlo do Gafanhoto do Deserto, em Qardho, no nordeste do país.
O Ministro da Agricultura e Irrigação da Somália, Said Hussein Iid, disse que o governo fez do controlo do gafanhoto do deserto e outras espécies invasoras uma prioridade e está a promulgar leis para proteger o país de invasões desta natureza, reportou o Hiiraan News, da Somália. O centro de monitoria será um recurso valioso de informação sobre invasões de gafanhotos em toda a região.
A ONU afirma que a Somália fez grandes ganhos na supressão de um dos maiores aumentos de gafanhotos do deserto na história recente.
Os gafanhotos do deserto podem causar grandes danos às culturas, porque os insectos são resistentes, possuem alta mobilidade e alimentam-se de grandes quantidades de qualquer tipo de vegetação, incluindo culturas, pastagens e forragens para o gado.
Um enxame típico pode ser composto por centenas de milhares de gafanhotos por quilómetro quadrado. Eles seguem voando na direcção dos ventos, viajando até 150 km por dia. São facilmente capazes de comer vegetação igual ao peso do seu corpo diariamente.