EQUIPA DA ADF
Uma série de apreensões de droga pela Marinha Senegalesa demonstra o aumento do tráfico na África Ocidental e a determinação das forças de segurança em fechar as rotas.
No final de Dezembro de 2023, a Marinha Senegalesa apreendeu 690 quilogramas de cocaína que estavam a ser transportados para a Europa num barco ultra-rápido e prendeu cinco cidadãos espanhóis que se encontravam a bordo. Isso ocorreu após duas apreensões, cada uma de cerca de 3 toneladas métricas, em buscas efectuadas a 28 de Novembro e a 16 de Dezembro de 2023.
“Nos últimos anos, as apreensões de droga em alto mar tornaram-se mais frequentes,” escreveu o jornal senegalês Le Quotidien. “Esta última operação, levada a cabo pela Marinha Nacional na luta contra o narcotráfico, demonstra que esta se encontra mais bem equipada com a aquisição de modernos barcos de patrulha.”
O Senegal adquiriu dois dos três navios-patrulha offshore previstos, entregues pelo construtor naval francês Pirou. O primeiro navio, que chegou em Julho de 2023, já interceptou dezenas de embarcações que traficavam estupefacientes, de acordo com uma reportagem da defenceWeb.
Consideradas durante muito tempo como zonas de trânsito de drogas, a África Ocidental e Central tornaram-se regiões onde o consumo e a dependência são mais comuns, segundo o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).
As apreensões na região caíram para valores insignificantes em 2018, antes de aumentarem acentuadamente em 2019 e nos anos seguintes. Entre 2019 e 2023, as autoridades apreenderam 80 toneladas métricas de cocaína na África Ocidental.
O UNODC calcula que 30 a 40 toneladas métricas de cocaína e heroína passam pela África Ocidental todos os anos, com um valor de mercado de 1,25 bilhões de dólares.
“Os traficantes de droga e os grupos criminosos organizados estão a tirar partido da deterioração da situação de segurança no Sahel para explorar novas rotas e mercados,” afirmou o Dr. Amado Philip de Andrés, representante regional do UNODC para a África Ocidental e Central. “Este tráfico afecta a saúde de milhões de pessoas na região e alimenta os conflitos ao financiar os grupos armados do Sahel.”