EQUIPA DA ADF
Na presença de extremistas islâmicos violentos, na região do Sahel, esforços estão a ser feitos no sentido de proteger os jovens das crescentes ameaças de recrutamento e radicalização.
A Radio Jeunesse Sahel, que se traduz em rádio da juventude do Sahel, foi fundada no dia 12 de Abril, como parte de uma parceria entre a Organização Internacional da Francofonia (OIF) e o G5 do Sahel, um esforço de cooperação regional para o desenvolvimento e a segurança entre Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.
“É uma estação de rádio que será de grande importância,” Ministro dos Negócios Estrangeiros de Burkina Faso, Alpha Barry, disse à imprensa, numa cerimónia, em Ouagadougou, onde a estação estará sediada. “A ideia é de dedicar programas à juventude. Os programas para a paz, coesão social e vida em comunidade serão uma forma de lutar contra o radicalismo e o extremismo religioso.
“Isto é algo de que temos estado a espera por muito tempo.”
Os ataques islamitas perpetrados pela al-Qaeda e pelos afiliados do Estado Islâmico cresceram em frequência e intensidade desde 2017.
Pelo menos três organizações de extremistas violentos operam nos países do G5, tirando a vantagem de fronteiras porosas e de grandes extensões de terras, em zonas rurais, na sua maioria sem a presença dos agentes da lei. Os grupos têm como alvo jovens descontentes que, muitas vezes, passam por dificuldades como a fome e a pobreza.
A ideia da Radio Jeunesse Sahel é de apelar os jovens do Sahel com notícias, informação pública, educação cívica e entretenimento.
A estação será difundida em Francês e nas principais línguas da região — Árabe, Bamanakan, Fulani, Hausa e Mooré — pela internet e eventualmente através de um aplicativo.
A porta-voz da OIF, Oria Vande weghe, elogiou os conteúdos originais da estação feitos por e para jovens, promovendo o diálogo, a solidariedade e a cultura.
“A Radio Jeunesse Sahel visa, através das suas emissões, promover a vida em harmonia e uma visão construtiva do futuro,” disse durante a cerimónia. “Ela oferece aos jovens um sentimento de propriedade do seu próprio futuro, uma reflexão da sua realidade e conteúdo autêntico que é credível, confiável e, acima de tudo, construtivo.”
Os responsáveis por operar a estação serão pessoas dos países do G5.
Antes da entrega da estação, o gestor da mesma, Andre Abel Barry e a sua equipa fizeram um inquérito a mais de 1.000 jovens da região, como parte de um estudo técnico sobre o consumo dos media, de pessoas com idades compreendidas entre 15 e 35 anos.
Um comité consultivo composto por 17 jovens de ambos os sexos, oriundos dos cinco países ajudou a ajustar os objectivos e os conteúdos da estação. O comité também foi responsável por apoiar a criação e a operação da estação.
Abel Barry, que supervisionou o projecto com a duração de um ano, disse que o programa visa satisfazer as necessidades dos jovens dos cinco países em relação ao emprego, à formação, à vida pacífica e ao ensino.
É “um projecto com, por e pelos jovens do Sahel,” disse.