Enquanto a África Oriental sofre uma das piores invasões de gafanhotos dos últimos 70 anos, uma empresa queniana está a reagir, ao transformar os insectos vorazes numa cultura de rendimento.
A praga teve início no Quénia, em finais de 2019, após uma série de perfis meteorológicos invulgares. O enxame começou a espalhar-se para leste, para Etiópia, Somália e Iémen. Um único enxame pode ser composto por cerca de 80 milhões de gafanhotos, que podem deslocar-se até 150 quilómetros por dia, dependendo do vento.
Até princípios de 2021, os exterminadores destruíam os gafanhotos. Todavia, uma ‘startup’ chamada The Bug Picture estava também a contribuir, através do pagamento a pessoas para recolherem os invasores, reuni-los e utilizá-los como ração animal e fertilizante orgânico.
Os gafanhotos costumam recolher-se à noite, depois de se alimentaram. Têm pouca energia para resistir e descansam em arbustos e árvores.
“Estamos a tentar dar esperança a uma situação desesperante e a ajudar estas comunidades a mudarem de opinião, para que vejam estes insectos como uma cultura sazonal que pode ser colhida e vendida,” afirmou Laura Stanford, fundadora da The Bug Picture, à Reuters.
A The Bug Picture paga a cada pessoa 50 xelins quenianos, cerca de 46 centavos de dólar, por quilograma de insectos recolhidos. A colheita tem de ser feita à mão porque não existem máquinas adaptadas para este trabalho.
Os insectos são esmagados e secos e depois transformados em pó. De acordo com a Euronews, os ceifeiros são pagos de imediato através de uma plataforma móvel.