EQUIPA DA ADF
Em Outubro de 2020, dois trabalhadores das minas de ouro de Samira, no oeste do Níger, morreram quando a sua viatura activou um dispositivo explosivo improvisado (DEI). Cinco meses depois, em Fevereiro, uma outra bomba matou membros da Comissão Nacional Independente de Eleições daquele país, no dia das eleições presidenciais.
Os DEIs tornaram-se um problema de segurança no Níger, onde as fronteiras porosas permitem que os extremistas atravessem a partir do vizinho Mali.
“Os dispositivos explosivos improvisados são uma das principais preocupações nas nossas operações,” Tenente-Coronel Hamadou Djibo, chefe das Forças Armadas do Níger (FAN), disse numa reunião com os membros do Comando dos Estados Unidos para África (AFRICOM). “As populações civis também não são poupadas.”
Durante a reunião no quartel-general do Estado-Maior das FAN, o pessoal do exército dos EUA ofereceu às FAN 50.000 cartazes e brochuras destinadas a educar a população do Níger sobre o risco dos DEIs e como reagir ao encontrá-los.
Os cartazes e as brochuras incluem imagens de armas que os civis devem evitar, juntamente com um número de telefone para ligar caso encontrem algum destes dispositivos. Acima de tudo, os cartazes alertam a população para evitar tocar em DEIs suspeitos.
Durante a reunião, o Capitão do Exército dos EUA, Lucas Holmes, disse que a campanha de informação visa reunir os residentes, os líderes religiosos e os líderes tradicionais com as forças de segurança do Níger para expulsar os extremistas.
“O caminho a ser seguido de modo a derrotar e destruir as organizações extremistas violentas e as suas redes criminosas pode ser difícil, mas uma coisa é certa: o governo nigerino e a sua população irão vencer,” disse Holmes.
Os cartazes fazem parte do projecto de luta contra a proliferação de dispositivos explosivos improvisados que está a decorrer no AFRICOM para formar os exércitos da região do Sahel e da Bacia do Lago Chade. Para além dos soldados das FAN, os formadores dos EUA também trabalharam com os soldados de Camarões, Chade e Nigéria.
No Níger, as forças dos EUA formaram 90 soldados para desactivar DEIs, como parte dos esforços para impedir que os dispositivos matem ou mutilem a população. Djibo disse que as forças dos EUA irão continuar a trabalhar com o exército e com os membros de segurança do Níger para melhorar a sua habilidade de lidar com a proliferação de DEIs.
“A produção destas 50.000 brochuras disponibilizadas ao Exército Nigerino pelo governo americano irá fortalecer as nossas capacidades para combater esta ameaça e reduzir estes efeitos destrutivos sobre a nossa população,” disse Djibo.