AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
O Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, apelou a uma “coligação global de democracias” para combater os grupos extremistas violentos na África Ocidental, que se têm vindo a espalhar para o sul, a partir do Sahel, em direcção ao Gana e aos seus vizinhos.
“A ameaça causada pelo terrorismo é tal que temos de partilhar o fardo da luta,” Akufo-Addo disse num discurso proferido em Outubro de 2023 em Washington, D.C., no Instituto da Paz dos EUA. “Este é o momento para uma coligação global de democracias, uma coligação de vontade, determinada a banir o espectro do terrorismo e do extremismo violento.”
Com os extremistas a controlar grandes áreas do Burquina Faso, do Mali e do Níger, os parceiros externos têm procurado ajudar o Gana e outros Estados costeiros da África Ocidental a reforçar as suas defesas.
Até agora, o Gana tem sido poupado da violência extremista directa, mas o Benin, a Costa do Marfim e o Togo têm sofrido ataques perto das suas fronteiras nos últimos anos.
O apelo do presidente a uma maior assistência em matéria de segurança surge numa altura em que a França e os Estados Unidos retiraram, nos últimos anos, a assistência em matéria de segurança ao Burquina Faso e ao Mali, devido à escalada da violência extremista e à tomada do poder pelas juntas militares. Um golpe de Estado no Níger, em Julho, significou a derrota de outro parceiro ocidental na região.
Mas Akufo-Addo disse que o Gana e outros países costeiros estão preparados para enfrentar os seus desafios de segurança. “As tropas da África Ocidental podem fazer o trabalho,” afirmou, elogiando a cooperação e a partilha de informações entre os países do Golfo da Guiné e do Sahel.
Em 2023, o Benin tinha comunicado mais de 20 incursões armadas desde 2021 e o presidente do Togo, em Abril de 2023, afirmou que 100 civis e 40 soldados tinham sido mortos em ataques jihadistas.