EQUIPA DA ADF
Quando recebeu as chaves de dois dos recentemente construídos postos de saúde, Gado Guidami levantou-as para cima e agitou-as em jeito de comemoração.
Guidami, presidente do município da cidade fronteiriça de Malanville, no nordeste do Benin, sabia da importância que os postos de saúde teriam para as aldeias de Godjekoara e Money. Ele sabia que inúmeras vidas seriam salvas dentro daquelas paredes. Ele sabia que aquelas estruturas vazias rapidamente se tornariam em locais importantes da comunidade e uma fonte de orgulho.
“Os edifícios estão a trazer uma luz e alegria para a vida das comunidades de Godjekoara e Money,” disse.
Os edifícios principais de ambos os postos de saúde incluem maternidades, ambulatórios e dormitórios das parteiras. Outras instalações de ambas as partes incluem um poço, iluminação à base de luz solar, armazenamento de resíduos perigosos e incineradores.
Os postos de saúde também estão equipados com latrinas ventiladas com múltiplos compartimentos, concebidas para zonas com falta de esgotos em boas condições. As latrinas possuem tubos de ventilação com redes para reduzir o acúmulo de moscas e outros insectos que transportam doenças.
Cosme Quenum, coordenador beninense do Programa de Ajuda Humanitária na Embaixada dos EUA em Cotonou, entregou as chaves das duas unidades sanitárias em finais de Janeiro. Os postos de saúde foram construídos pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos e financiados pelo Comando dos EUA para África como parte do seu vasto programa de Assistência Humanitária e Cívica.
Num país com a 27ª taxa mais elevada de mortalidade materna do mundo, os postos de saúde são um local seguro para que as mulheres possam dar à luz e onde os nascimentos possam ser documentados de forma adequada. É uma grande melhoria em relação à prática comum das mulheres grávidas de atravessarem a ponte para a cidade de Gaya, no Níger, à procura de unidades sanitárias adequadas.
“Nestas regiões, não existem serviços básicos de saúde ou educacionais disponíveis para elas,” disse Quenum, na página da internet da embaixada. “Mas agora que o posto de saúde se encontra disponível e acessível, qualquer mulher que der parto receberá um registo de nascimento para o seu filho.
“Isso representa uma grande diferença e irá facilitar o ingresso na escola quando chegar o tempo. Para além disso, aquelas crianças que tiverem certidões de nascimento serão adequadamente documentadas como cidadãos beninenses.”
Quenum disse que dar parto em casa ainda é a prática mais comum naquelas aldeias remotas, geralmente sem deixar nenhuma prova escrita de quando e onde as crianças nascem. As crianças sem um registo de nascimento são mais vulneráveis ao tráfico de seres humanos e ao recrutamento por organizações militares regionais.
O Ministério de Saúde do Benin identificou as duas aldeias como tendo uma grande necessidade de cuidados de saúde. Também o engenheiro do projecto do Exército dos EUA, Chris De Pooster, disse que a Agência de Gestão Integrada de Zonas Fronteiriças do Benin confirmou que Malanville é uma das zonas mais afectadas pelo tráfico.
“Esta é uma zona próxima da fronteira com o Níger e com a Nigéria e é susceptível ao tráfico de armas, drogas e seres humanos e à influência de grupos extremistas violentos,” disse.
Antes deste projecto, o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA construiu três escolas no Inverno passado para as comunidades beninenses de Kpomasse, Danri e Binguina. Várias outras escolas e unidades sanitárias estão planificadas.