Equipa do Comando Africano dos Estados Unidos
As intervenções militares na política deixaram um legado destruidor em África.
Entre 1960 e 2000 houve uma média de 4 tentativas de golpe de Estado por ano no continente. Em muitos casos, estes golpes armados foram catastróficos para os países envolvidos. Eles produziram décadas de péssima governação, insegurança e declínio económico.
Felizmente, os golpes estão a tornar-se cada vez mais raros. Apenas houve duas tentativas de golpe por ano em média nas passadas duas décadas. A maior parte dos golpes modernos fracassaram e os que foram bem-sucedidos foram obrigados a ceder o poder rapidamente para governos civis.
Mas os golpes persistem em certos países. O Mali, por exemplo, resistiu a três golpes bem-sucedidos na passada década. Esta agitação deixou o país instável e um local de preferência para grupos extremistas.
Então, o que pode ser feito?
As melhores defesas contra os golpes são uma cultura de profissionalismo militar e uma crença institucional no controlo civil. Estes levam anos para se alcançarem, mas resultam numa segurança e numa estabilidade duradouras.
Lições de todo o continente oferecem sinais de esperança. Nos anos pós-independência, o Gana era um dos países mais propensos a golpes no mundo. Através de reformas no exército, na década de 1980, que enfatizavam a disciplina, a responsabilidade individual e a formação ao longo da carreira, o Gana tornou-se uma democracia próspera.
A Serra Leoa resistiu a uma guerra civil brutal de 11 anos que deixou as suas Forças Armadas dizimadas e sem a confiança do público, no início da década de 1990. Um processo exaustivo de reforma do sector de segurança transformou a Serra Leoa, de um país dependente de forças de manutenção da paz estrangeiras para um país que envia soldados de manutenção da paz para fora para ajudar os países necessitados.
Finalmente, podem ser aprendidas lições de países onde os exércitos apoiam transições democráticas. Na Tunísia, durante a insurreição da Primavera Árabe, de 2010, o exército manteve a paz nas ruas enquanto os manifestantes exigiam mudanças. O exército também resistiu à pressão de intervir a favor do regime. Embora a democracia da Tunísia continue frágil, o exército foi elogiado pelas suas acções durante um tempo perigoso para o país.
O profissionalismo assume muitas formas, mas uma coisa permanece constante com o andar dos anos: os exércitos que apoiam a democracia permanecendo apolíticos ajudam a colocar os seus países no caminho da paz.