EQUIPA DA ADF
Os EUA fizeram a entrega de um hospital de campanha móvel e de pressão negativa à Unidade de Guarda Fronteira da Polícia Nacional do Quénia, numa altura em que o país se debate com um aumento mortífero de casos da COVID-19.
A unidade portátil de 40 camas pode ser transportada rapidamente e montada em locais recônditos. As suas salas de pressão negativa garantem que todos os pacientes, independentemente da sua condição, recebam atendimento médico, incluindo cirurgias, sem que haja o risco de que o ar contaminado saia da sala. Entregue em meados de Novembro, o hospital inicialmente será montado no Hospital Universitário Aga Khan, em Nairobi, de acordo com o Comando dos Estados Unidos para África (AFRICOM).
A doação irá ajudar a lidar com a questão da pandemia da COVID a curto prazo, mas poderá continuar para beneficiar a região depois da COVID por muitos anos,” disse o Major-General John Wood, director de Estratégia, Envolvimento e Programas no Comando dos Estados Unidos para África (AFRICOM). “Este acto é uma das várias formas através das quais o [AFRICOM] e os nossos parceiros quenianos estão a trabalhar juntos para melhorar a estabilidade regional a longo prazo.”
Depois da pandemia, o hospital de campanha móvel será transferido para um local que pertence à Unidade da Polícia de Guarda Fronteira onde será feita a sua manutenção e posteriormente será utilizado nas comunidades da fronteira com cuidados sanitários limitados. O quadro de pessoal do hospital será composto por profissionais médicos quenianos com apoio do AFRICOM e por um Soldado da Guarda Nacional de Massachusetts, que será o oficial controlador.
“Este é um verdadeiro exemplo daquilo que as parcerias público-privadas podem alcançar entre dois países em tempo de crise,” disse o Tenente-Coronel Matthew E. Kopp, chefe do Gabinete de Cooperação em Segurança do Exército dos EUA.
O Hospital é avaliado em 173 milhões de xelins quenianos (1,6 milhões de dólares). De Março a esta parte, os EUA já doaram mais de 7,6 bilhões de xelins quenianos (70 milhões de dólares) adicionais para a resposta da COVID-19 do Quénia, através de equipamento, testes, formação e pesquisa, assim como apoio à saúde, água potável, saneamento, ensino, emprego e segurança alimentar.
No início de Novembro, os EUA fizeram a entrega de 14 ventiladores para ajudar a tratar dos pacientes mais graves da COVID-19 no Hospital Geral Universitário e de Referência da Costa, em Mombasa. Os ventiladores ajudam os pacientes a respirar transportando o oxigénio para dentro e para fora dos seus pulmões através de um tubo inserido nas vias aérea do paciente. Os EUA comprometeram-se em fazer a entrega de 200 ventiladores ao Quénia, que tinha apenas 189 ventiladores em Junho.
A entrega do hospital de campanha móvel coincidiu com um aumento substancial no número de infecções pela COVID-19 no Quénia. Entre 1 e 16 de Novembro, o país registou aproximadamente 15.000 casos de COVID-19, de acordo com o The Standard, um jornal queniano.
Em meio ao aumento, o Ministro de Saúde do Quénia, Mutahi Kagwe, reuniu com os líderes da resposta de emergência e da área da saúde. Ele apelou para que os condados levassem stocks de suprimento de oxigénio e equipamento de protecção individual para os funcionários do sector de saúde e que trabalhassem de mãos dadas com o governo para melhor difundir a informação sobre o surto.
Kagwe também censurou o público por não usar máscaras e não praticar o distanciamento social em locais de grandes aglomerados tais como casamentos e funerais.
“Apelamos a polícia e outras agências de cumprimento da lei para implementarem os protocolos estabelecidos no que se refere a estes aglomerados,” disse Kagwe numa reportagem do The Standard. “Estes tempos não são normais.”
Até ao dia 6 de Dezembro, o Quénia tinha registado 88.380 casos e 1.526 mortes, de acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças. As autoridades estavam preocupadas de que a situação poderia deteriorar-se ainda mais ao longo do mês de Dezembro.
“Este não é um período de quadra festiva normal, e os riscos de transmissão continuam a ser muito reais,” Patrick Amoth, director-geral do Ministério de Saúde, disse ao Daily Nation “Mesmo se isso significar ter de organizar encontros familiares no Zoom, por favor, fiquem e continuem seguros.”