VOZ DA AMÉRICA
Oficiais dos Parques Nacionais da África do Sul dizem que a cooperação com o vizinho Moçambique foi fundamental para reduzir a caça furtiva do rinoceronte no famoso Parque Nacional Kruger. O Kruger abriga a maior população de rinocerontes selvagens do mundo e já provou ser um alvo tentador para os caçadores furtivos que, durante anos, saltaram as fronteiras do parque.
Fiscais sul-africanos, suas contrapartes moçambicanas e empresários privados, que arrendam a terra do governo de Moçambique, reuniram-se com jornalistas ao longo da fronteira entre os dois países, durante uma excursão para os órgãos de comunicação social, organizada pelo parque para a região de Marula do Norte, no Kruger.
Esta zona já foi vítima de muita caça furtiva do rinoceronte proveniente de Moçambique, mas os fiscais dizem que agora vêem uma tendência positiva.
“Entre 2018 e 2019, esta zona teve um declínio de 53% nas incursões dos caçadores furtivos de rinocerontes e perdemos 47% menos rinocerontes”, disse Steven Whitfield, fiscal regional de Marula do Norte. “Esse é um ganho significativo. E isso não foi uma coincidência”.
Os caçadores furtivos há muito que procuraram os rinocerontes africanos para retirarem os seus chifres, que chegam a custar 60.000 dólares por quilograma no mercado asiático.
As patrulhas melhoradas, a tecnologia e a cooperação transfronteiriça estão a ajudar a reverter a caça furtiva desenfreada que, em 2014, atingiu o seu pico, quando aproximadamente 830 rinocerontes foram mortos no parque.
Policiar o Parque Nacional Kruger, uma das maiores reservas de caça com 9.500 quilómetros quadrados, não é fácil. Os fiscais utilizam helicópteros para além de um sofisticado equipamento de vigilância. Um outro desafio para as autoridades é que não existe acordo de extradição entre África do Sul e Moçambique.
Estima-se que existam 8.600 rinocerontes selvagens no Parque Nacional Kruger, uma parte fundamental da observação da vida selvagem que atrai aproximadamente um milhão de turistas por ano. Oficiais de ambos os lados da fronteira acreditam que, com uma maior cooperação, esses números continuarão a crescer.