EQUIPA DA ADF
Os países africanos começaram a administrar vacinas contra a COVID-19 gratuitas, através da COVAX, o plano global para a distribuição equitativa das doses.
Políticos proeminentes, pessoal de segurança e profissionais de saúde da linha da frente estiveram entre os que receberam a vacina em primeiro lugar.
No Gana, país que recebeu mais de 500.000 doses da vacina da AstraZeneca, desenvolvida no Reino Unido, o presidente Nana Akufo-Addo e a primeira-dama, Rebecca Akufo-Addo, receberam duas das primeiras doses no início de Março.
“É importante que eu seja um exemplo de que esta vacina é segura sendo o primeiro a recebê-la para que todos em Gana se possam sentir confortáveis em receber esta vacina,” disse Akufo-Addo, durante uma transmissão, em directo.
Akufo-Addo disse que o Gana pretende vacinar 20 milhões de pessoas, ou mais de dois terços da sua população, até ao final do ano.
Bernice Anaglatey, de 42 anos de idade, que trabalha na unidade de cuidados intensivos da COVID-19, no Hospital de Ridge, em Acra, recebeu a vacina.
“Sinto-me tão bem por ter sido vacinada,” disse Anaglatey à Reuters. “Ela irá proteger-me contra a infecção pelo vírus vindo dos pacientes.”
A Costa do Marfim também recebeu mais de 500.000 doses da vacina da AstraZeneca através da COVAX. Pessoal de saúde, professores e membros das forças de segurança estão a ser vacinados em primeiro lugar. Jean-Marie Vianney Yameogo, o representante da Organização Mundial de Saúde no país, disse que a entrega de vacinas pelo UNICEF destacou a intenção dos parceiros internacionais de garantirem a equidade da vacina.
As vacinas são distribuídas com a ajuda da Gavi, a Aliança da Vacina, e da Coligação para a Inovação na Preparação contra Epidemias.
“As vacinas salvam vidas. Enquanto os profissionais de saúde e outro pessoal da linha da frente são vacinados, veremos uma retoma gradual ao normal, especialmente para as crianças,” Marc Vincent, representante do UNICEF na Costa do Marfim, disse num artigo do sítio da internet das Nações Unidas. “No espírito da cobertura universal de saúde, não devemos deixar ninguém para trás.”
A Nigéria, com 200 milhões de habitantes, recebeu 3,94 milhões de doses da AstraZeneca, a primeira entrega de 16 milhões de doses que espera receber através da COVAX. Os funcionários do sector de saúde e da linha da frente foram os primeiros a serem vacinados.
Peter Hawkins, representante nacional do UNICEF, disse, à Al-Jazeera, que ainda existe muito a fazer no cumprimento da “nossa obrigação para com o povo nigeriano.”
“Mas aproximadamente 4 milhões é uma grande quantidade,” disse Hawkins. “É um passo fantástico de avanço para a Nigéria e um passo fantástico de avanço para toda a África, e as pessoas irão dar estes passos. Não há dúvidas quanto a isso.”
Outros envios da COVAX para países africanos, no início de Março, incluíram 1,7 milhões de doses para a República Democrática do Congo, mais de 1 milhão para o Quénia, 624.000 para Angola, 36.000 para a Gâmbia e 324.000 doses para o Senegal, noticiou a Reuters.
“Esta é uma ocasião histórica e marcante para a Gâmbia,” o Ministro da Saúde, Ahmadou Lamin Samateh, disse num comunicado.
O envio do Quénia foi a primeira parte de 3,56 milhões de vacinas do lote da COVAX. O país tem planos para vacinar 1,25 milhões de pessoas até Junho, a começar com profissionais do sector de saúde e trabalhadores de sectores essenciais e outros 9,6 milhões na fase seguinte.
Patrick Amoth, director-geral do Ministério da Saúde, foi o primeiro a ser vacinado.
“Sinto-me bem,” disse Amoth à Reuters. “A vacina é segura.”
Enquanto outros países recebem as doses da AstraZeneca, o Ruanda foi o primeiro país africano a receber a vacina da Pfizer, desenvolvida nos EUA — cerca de 103.000 doses — através da COVAX. O Ruanda, que pretende vacinar 30% da sua população este ano, também recebeu cerca de 240.000 doses da vacina da AstraZeneca.
O país instalou infra-estruturas especiais para conservar as vacinas a uma temperatura de menos 70 graus Celsius.
“Estas doses da vacina contra a COVID-19, da facilidade da COVAX, representam um esforço global sem precedentes que visa o acesso equitativo a vacinas da COVID-19,” Dr. Mwinga Kasonde, o representante da Organização Mundial de Saúde no Ruanda, disse ao Taarifa, um jornal ruandês.