EQUIPA DA ADF
Uma outra variante da COVID-19 chegou à África.
Designada lambda, a estirpe tornou-se dominante no seu país de origem, o Peru, que teve a maior taxa de mortalidade per capita do mundo em Julho.
Também se propagou para pelo menos 29 países, incluindo o Egipto.
Depois de primeiramente ser identificada em Agosto de 2020, o sequenciamento dos genomas de casos da COVID-19 descobriu que a variante lambda estava presente em 80% das amostras retiradas no Peru desde Abril de 2021.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou-a como uma “variante de interesse,” o que significa que ainda não atingiu o nível de “variante de preocupação,” como o fizeram as variantes delta e alfa. A actual designação significa que os cientistas estão a estudar para verificar se as alterações ao vírus afectam a sua transmissibilidade, a gravidade da doença ou as respostas imunológicas por elas desencadeadas.
Embora a variante lambda tenha sido confirmada apenas num país africano, as autoridades de saúde pública estão em alerta. Um repórter sul-africano afirmou erroneamente que a variante lambda tinha sido identificada no Zimbabwe, levando o Ministério de Saúde daquele país a afirmar que o sequenciamento de amostras estava a decorrer. “Confiamos no nosso sequenciamento de genomas,” porta-voz do ministério, Donald Mujiri, disse ao Health Times. “Isso não é algo que podemos esconder; trata-se da COVID-19 e se detectarmos uma nova variante, iremos anunciar para que o nosso povo saiba com que é que está a lidar.”
Um responsável das autoridades de saúde pública da África do Sul enfatizou que outras variantes representam uma ameaça muito maior. “Neste momento, a variante lambda não é uma grande preocupação,” Professor Tulio de Oliveira, da Rede de Vigilância Genómica da África do Sul, disse no dia 7 de Julho. “A verdadeira preocupação é a variante delta que é muito mais transmissível e está a causar um grande número de infecções e uma terceira vaga muito grande.”
Assim como outras variantes, a lambda possui mutações na sua proteína spike. Isso preocupa os pesquisadores, porque muitas vacinas utilizam a proteína spike para identificar o vírus. Uma mudança na proteína spike permite que o vírus se multiplique de forma indetectável.
Um documento publicado por pesquisadores da Universidade de Nova Iorque ofereceu alguma esperança. Descobriu que as principais vacinas do mensageiro ARN têm bom desempenho na protecção das pessoas contra a variante lambda.
“As vacinas induzem anticorpos tão bons que mesmo se o vírus for um pouco resistente, elas ainda assim são capazes de matar o vírus,” Nathaniel Landau, um microbiólogo da Universidade de Nova Iorque que estuda as variantes, disse ao The Washington Post.
Especialistas reiteraram que, apesar das novas complicações de saúde pública causadas pelas variantes, receber a vacina é a melhor protecção.
“Independentemente da letra do alfabeto grego que vier a seguir, a vacina é na realidade a nossa melhor defesa,” S. Wesley Long, director médico de diagnósticos de microbiologia no Hospital Metodista de Houston, disse ao the Post. “Se alguém pensa que se pode esquivar e nunca apanhar o vírus, penso que isso é uma fantasia.”