No início de Março, as forças nacionais somalis e as forças regionais de Jubaland mataram dezenas de combatentes do al-Shabaab durante operações na região de Lower Juba.Os combates tiveram lugar principalmente em Bahar Saaf, Haji, Malaylay, Turdho e noutras zonas densamente florestadas onde os terroristas operam.
“As forças nacionais, juntamente com os heróis de Jubaland, enfrentaram os Khawarij durante quatro dias consecutivos,” Abdirahman Yusuf Aladala, Vice-Ministro da Informação da Somália, disse numa reportagem do página da internet de notícias somali Hiiraan Online. “Eliminámos com êxito mais de 50 militantes, detivemos 20 e recuperámos numerosos territórios.”
As forças nacionais somalis, os governos regionais e as milícias dos clãs, conhecidas localmente como “Ma’awisley,” intensificaram as operações contra o al-Shabaab, numa tentativa de expulsar os terroristas do país. Nos últimos meses, as forças de segurança somalis ganharam terreno contra o grupo, principalmente no centro da Somália.
As operações em Lower Juba tiveram lugar cerca de três semanas depois de o al-Shabaab ter reivindicado a responsabilidade por um ataque à base militar General Gordon, em Mogadíscio, que matou quatro soldados dos Emirados e um oficial militar do Bahrein.
Operações Coincidem com Retirada da ATMIS
Os actuais esforços da Somália para erradicar o al-Shabaab coincidem com a partida das tropas da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS), que inclui tropas do Burundi, Djibouti, Etiópia, Quénia e Uganda.
Nas duas primeiras fases da retirada, 5.000 soldados saíram da Somália e 13 bases militares foram entregues às forças somalis. Inicialmente, as autoridades esperavam concluir a segunda fase da retirada da ATMIS no final de Setembro. No entanto, a continuação das ofensivas do al-Shabaab, associada à retirada das forças de zonas anteriormente capturadas, persuadiu o governo somali a pedir um adiamento da retirada.
O planeamento da Fase 3 da retirada começou em Fevereiro. Prevê-se que esta fase inclua a partida de mais 4.000 soldados em Junho. Prevê-se que todas as tropas da ATMIS saiam do país até ao final de 2024.
Apesar dos ganhos da Somália, o al-Shabaab é brutalmente resistente e o grupo está a encontrar novas formas de financiar as suas operações.
Alguns observadores acreditam que os militantes do al-Shabaab na região de Sanaag, no norte da Somália, chegaram a um acordo para garantir protecção aos piratas em troca de 30% de todas as receitas dos resgates e de uma parte de qualquer pilhagem, informou o jornal dos Emirados The National.
O acordo poderá fornecer fundos essenciais ao al-Shabaab, depois de o governo somali ter reprimido as suas outras fontes ilegais de financiamento e congelado as suas contas bancárias. Os terroristas também são suspeitos de negociar com piratas e rebeldes Houthi para adquirir armas.
Em Dezembro, os piratas somalis atacaram quatro navios quando as marinhas internacionais se deslocaram do Oceano Índico para o Mar Vermelho, pondo fim a uma pausa de seis anos nos principais incidentes de pirataria. Em meados de Março, um navio graneleiro com pavilhão do Bangladesh foi desviado a leste da Somália.
De acordo com a TRT World, a colaboração com o al-Shabaab é ainda evidenciada pelo facto de os piratas empunharem armamento avançado, possivelmente adquirido através da rede de contrabando de armas do grupo terrorista.