NAÇÕES UNIDAS
Uma soldado de manutenção da paz, originária do Burquina Faso, que serve no Mali, foi homenageada pelo seu trabalho de reforçar a confiança entre as autoridades e as comunidades locais, incluindo sobreviventes da violência baseada no género.
A Subtenente Principal Alizeta Kabore Kinda recebeu o Prémio de Agente Policial Feminino do Ano, das Nações Unidas, de 2022. Foi criado em 2011 para reconhecer contribuições excepcionais de agentes da polícia do sexo feminino, nas operações da paz da ONU e para promover a emancipação da mulher.
Kinda foi enviada como ponto focal de género, na Missão da ONU no Mali, conhecida como MINUSMA.
Ela apoia as Forças de Segurança do Mali, na região de Ménaka, para promover uma melhorar compreensão sobre o género, a protecção da criança, os direitos humanos e questões de protecção civil. Os seus esforços permitiram que mais vítimas de violência sexual e baseada no género saíssem do anonimato e comunicassem os seus casos às autoridades locais e recebessem atendimento médico. Agora são comunicados três ou mais casos por mês, tendo aumentado em comparação com nenhum antes da sua chegada.
Ela também se centrou em expandir o número de raparigas nas escolas e em reduzir casamentos prematuros.
“O trabalho da Subtenente Principal Kinda é um exemplo de destaque de como a participação da mulher polícia nas operações de paz causa um impacto directo na sustentabilidade da paz, ajudando a trazer perspectivas diferentes para a mesa e fazer com que o nosso trabalho seja mais inclusivo,” disse Jean-Pierre Lacroix, subsecretário-geral da ONU para operações de paz. “Através das suas acções, ela incorpora um serviço de polícia mais representativo e eficiente que está equipado de melhor maneira para servir e proteger o público.”
Kinda expressou a esperança de que o seu prémio venha a inspirar mulheres e raparigas pelo mundo, para seguirem carreiras policiais “apesar dos estereótipos de género, muitas vezes, associados à profissão, de que os homens são os mais indicados para fazer cumprir as leis e proteger a população.”
A polícia da ONU melhora a paz e a segurança internacionais, prestando apoio a países anfitriões que se encontram em situações de conflito, pós-conflito e outras situações de crise. As mulheres correspondem aproximadamente a um quinto dos 10.000 agentes da polícia da ONU, que servem em 16 operações de paz pelo mundo.
Ao longo da sua carreira, Kinda centrou-se na protecção e promoção dos direitos das mulheres e das crianças, incluindo entre 2013 e 2015, quando ela era o ponto focal de género, na missão da ONU na República Democrática do Congo.
Ela realizou estas tarefas em Burquina Faso, no Ministério da Segurança e na Brigada Regional Para a Protecção da Mulher e Criança, uma unidade da polícia nacional, como uma investigadora da área de violência e exploração sexual.