EQUIPA DA ADF
África aparenta estar na curva descendente da sua mais recente vaga de infecções pela COVID-19, de acordo com vários especialistas em matéria de saúde.
A Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África, comunicou durante uma recente conferência de imprensa que o número de infecções do continente estava a estabilizar-se.
Dados divulgados pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) demonstraram um declínio de 11% nas infecções e 7% nas mortes durante o mês de Agosto.
No início de Setembro, o Director do Africa CDC, Dr. John Nkengasong, comunicou que embora a África Central e Oriental tenha registado ligeiros aumentos no número de infecções em Agosto, estes foram mais do que compensados pelas reduções no resto do continente — em particular nas regiões mais atingidas da África Austral e da África do Norte.
A primeira semana de Setembro registou uma redução mais acentuada ainda de 22% nos novos casos e 13% nas mortes, de acordo com o Africa CDC.
“Estamos a notar o início de um declínio, mas ainda temos alguns países que estão com uma tendência de aumento,” disse Moeti.
Três quartos dos países africanos encontram-se no meio de uma terceira vaga de infecções. Seis países, nomeadamente Argélia, Benin, Quénia, Maurícias, Somália e Tunísia, estão a experimentar uma quarta vaga.
Até meados de Setembro, o continente tinha registado mais de 8 milhões de casos e 204.000 mortes causadas pela COVID-19 desde que a pandemia começou no início de 2020.
Mesmo numa altura em que as taxas de infecções se estabilizam, os países africanos ainda registam a propagação da variante Delta, que até agora já atingiu 36 países. Os pesquisadores também estão a estudar novas variantes, como a C.1.2, que surgiu recentemente na África do Sul, e a variante Eta, que foi primeiramente registada na Nigéria, uma potencial fonte de futuras vagas.
Entretanto, a taxa de positividade do continente situa-se em 11%, mais do dobro do limiar da OMS para a recomendação de restrições pelo governo, tais como confinamentos obrigatórios. Seis países registaram uma taxa de positividade acima de 12%, de acordo com o Africa CDC.
A OMS e o Africa CDC já não recomendam os confinamentos obrigatórios e as restrições de viagens, ao invés disso, enfatizam a testagem e as intervenções não farmacêuticas, como o uso da máscara e o distanciamento social, para travar a propagação de infecções.
Nkengasong afirmou que a sua agência irá em breve iniciar uma campanha alargada de vigilância comunitária, implementando testes rápidos para localizar os focos de transmissão e “eliminá-los antes de se tornarem um fogo descontrolado.”
As pessoas que testarem positivo para a COVID-19 serão encorajadas a entrar em quarentena voluntária.
“Não podemos continuar a viver de vaga em vaga,” disse Nkengasong. “Isso tem consequências graves para o sistema de saúde e para a economia.”