EQUIPA da ADF
Os cinco reinos de Uganda remontam há centenas de anos e continuam a desempenhar um papel nas vidas da população dos dias actuais.
O maior e mais poderoso foi o reino de Buganda, que tem a sua génese no Século XIII, quando foi formado pelo povo Ganda.
Foi um dos vários pequenos principados ao longo da costa norte do Lago Vitória. Na altura, o kabaka ou rei, chegou a dominar a região. No Século XIX, Buganda era o reino mais extenso e mais poderoso na região, tendo conquistado territórios vizinhos, graças às suas frotas de poderosas canoas de guerra. O kabaka partilhou o seu poder, fazendo dos chefes conquistados os seus aliados.
O explorador Henry Morton Stanley visitou Buganda em 1875 e estimou que o reino tinha uma população de 2 milhões de habitantes. Ele observou que o kabaka comandava um exército de 125.000 tropas. Na capital de Buganda, Lubaga, Stanley encontrou uma cidade agitada, cheia de mensageiros que enviavam recados, chefes tribais que participavam em conselhos e estrangeiros que procuravam audiências com os governantes.
Depois de tentativas não sucedidas de permanecer independente dos britânicos, Buganda tornou-se o centro do protectorado de Uganda, em 1884. As autoridades britânicas atribuíram ao protectorado o nome Uganda, o termo swahili para Buganda.
Sob o governo britânico, muitos líderes do reino adquiriram o estatuto de administradores coloniais, e Buganda tornou-se um grande produtor de algodão e café.
O caminho de Uganda para a independência começou em Março de 1961, com eleições para determinar a governação própria. O Uganda ficou independente em Outubro de 1962, mas o conceito de um governo central forte não foi adoptado por todos. Alguns queriam uma federação mais informal, com os reinos locais ainda detendo poder. Buganda, o maior dos reinos insistiu em manter uma identidade política em separado.
A Constituição do Uganda concedeu o estatuto federal dentro do governo a quatro reinos tradicionais, incluindo Buganda. Em 1963, o rei Mutesa II, de Buganda, foi eleito para o cargo, essencialmente cerimonial, de presidente.
Em 1966, o Primeiro-Ministro Milton Obote enviou tropas para atacar o palácio de Mutesa, tendo Mutesa fugido para a Grã-Bretanha. Obote suspendeu a Constituição e introduziu uma nova que abolia todos os reinos e estabelecia uma verdadeira presidência, a qual ele assumiu enquanto continuava a deter o título de Primeiro-Ministro.
Os anos que se seguiram foram um tempo de insurreições e guerras civis, tendo terminado com a paz, em 1986. O reino de Buganda foi restaurado em 1993, mantendo o seu papel essencialmente cerimonial. Desde a restauração do reino, o kabaka é Muwenda Mutebi II, o 36º kabaka de Buganda.
Actualmente, os 14 milhões de habitantes do povo Baganda compõem cerca de 27% da população do Uganda. O reino de Buganda é formalmente conhecido como Uganda Central e inclui Kampala, a capital do país.
Embora o reino seja essencialmente cerimonial, ele possui diversos adereços. O kabaka dirige o seu reino através do seu katikkiro, ou Primeiro-Ministro executivo, que possui um governo composto de ministros. O Lukiiko é o parlamento, que trabalha com os administradores de 18 condados do reino. O kabaka exige que os líderes de clãs mantenham as tradições e a história do povo Baganda.
Estas tradições incluem a hospitalidade e a amizade.
“Buganda é a porta de entrada para o Uganda,” observa a página da internet oficial de Buganda. “Quando vier para ver a diversidade da sua beleza, terá a recepção da nossa famosa hospitalidade. Bem, talvez não haja um conjunto de dançarinos tradicionais para o receber no aeroporto, mas você terá a sensação de que eles estão lá.”