EQUIPA DA ADF
Com a ajuda do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, as autoridades nigerianas abriram um local integrado de rastreamento e prestação de serviços de Tuberculose, HIV e COVID-19, no dia 25 de Outubro.
Localizada no Hospital Universitário da Universidade de River State, em Port Harcourt, a iniciativa tem como objectivo incorporar o rastreamento da COVID-19 nos locais onde os serviços de HIV e TB já são providenciados, como uma forma de melhorar a detecção e as medidas de prevenção do coronavírus.
“A tripla epidemia de HIV, TB e COVID-19 representa um desafio e uma oportunidade,” Dra. Mary Adetinuke Boyd, directora nacional do CDC dos EUA, disse durante a cerimónia de lançamento. “O desafio é que as três doenças são implacáveis, prejudiciais e continuam a ceifar inúmeras vidas nas nossas comunidades. Contudo, uma vez que a detecção, o tratamento e a prevenção existem e estão prontamente disponíveis para nós aqui e agora, temos uma oportunidade de responder e salvar muitas vidas.”
A iniciativa também irá aumentar o uso de testes de diagnóstico rápido à base de antigénios, para identificar casos de COVID-19 de forma mais rápida. A Nigéria já passou por três vagas de infecção pela COVID-19, e River State já registou o terceiro maior número de casos e de mortes de COVID-19 no país, de acordo com a Embaixada dos EUA, na Nigéria.
Apesar da emergência da COVID-19, a TB e o HIV ainda são muito mais mortais na Nigéria.
Até ao dia 5 de Novembro, a COVID-19 tinha infectado cerca de 212.450 nigerianos e matado mais de 2.900, de acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças.
Em 2020, 1,7 milhões de pessoas da Nigéria tinham HIV, 49.000 das quais morreram de SIDA, de acordo com a empresa de base de dados alemã, Statista.
Cerca de 245.000 nigerianos morrem de TB e aproximadamente 590.000 novos casos são registados anualmente. Dos novos casos de TB, cerca de 140.000 também têm HIV, de acordo com o Centro de Consenso de Copenhaga.
A pandemia da COVID-19 obrigou o governo da Nigéria a fazer maiores investimentos em infra-estruturas médicas, Ememabasi Bassey, director clínico principal do Hospital Universitário da Universidade de Uyo, disse ao jornal nigeriano, Daily Sun.
“O governo federal actual investiu em mais infra-estruturas médicas do que quaisquer outros nas passadas décadas,” disse Bassey ao jornal. “Por exemplo, durante o último ano da pandemia, o governo federal autorizou fundos para a gestão do hospital de Uyo, abriu um laboratório modular de testagem e outros projectos que podem ajudar a combater o vírus.”
Em resposta a uma crescente necessidade de oxigénio em meio a um aumento acentuado no número de casos, o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, aprovou um projecto de cerca de 17 milhões de dólares para a construção de 38 unidades de produção de oxigénio em todo o país. O governo disponibilizou 671.000 dólares adicionais para a reparação de instalações de produção de oxigénio em cinco hospitais.
Desde que a pandemia eclodiu, os EUA doaram mais de 73 milhões de dólares para os esforços da Nigéria de prevenção da COVID-19, incluindo a doação de ventiladores, pesquisas de detecção de COVID-19, assistência técnica e planos de serviço.
Em Fevereiro de 2021, os EUA doaram um hospital de campanha avaliado em 1,3 milhões de dólares ao Centro Médico Federal de Abuja. O referido hospital de campanha conta com quatro instalações de isolamento a pressão negativa, que podem acomodar até 40 pacientes, um gerador auxiliar, camas, casas de banho, lavatórios e diverso equipamento. As suas salas de pressão negativa garantem que todos os pacientes, independentemente da sua condição, recebam atendimento médico, incluindo cirurgias, sem que haja o risco de que o ar contaminado saia da sala.