EQUIPA DA ADF
A luta contra a insurgência islâmica violenta na região norte de Cabo Delgado, em Moçambique, começa a estabilizar-se, graças à ajuda de forças ocidentais e regionais assim como de conselheiros.
Agora aquele país da região costeira da África Austral está a fazer planos para um futuro auto-suficiente.
No dia 10 de Novembro, o presidente Filipe Nyusi anunciou a reestruturação das forças de defesa e segurança daquele país, com enfoque para o combate ao terrorismo. As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) irão lançar uma força especial de soldados e polícias de elite para combater os extremistas conhecidos a nível local como Ansar al-Sunna.
“A nova força foi concebida para substituir as tropas estrangeiras logo que regressarem para as suas zonas de origem,” Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, disse num discurso, no dia 11 de Novembro, perante as forças de segurança. “O Ruanda irá fornecer o seu treinamento.
“Estamos cientes de que os frutos deste treinamento não irão aparecer em seis meses, mas a coisa importante é estarmos preparados para o futuro.”
Ansar al-Sunna, também conhecido como al-Shabaab, é uma insurgência ligada ao ISIS que começou em 2017, ocupou a cidade costeira de Mocímboa da Praia em 2020 e causou terror em Cabo Delgado por mais de um ano.
Mais de 3.000 pessoas foram mortas no conflito e mais de 800.000 pessoas abandonaram as suas residências, de acordo com as Nações Unidas.
Nyusi nomeou Cristóvão Chume, o principal comandante moçambicano em Cabo Delgado, como o seu novo ministro da defesa, no dia 11 de Novembro.
Mais de 3.100 forças, essencialmente africanas, incluindo 1.000 tropas ruandeses foram destacadas para o norte de Moçambique, entre Julho e Agosto.
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral e Moçambique aprovaram em Outubro uma prorrogação da Missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM), que foi destacada em Julho por 90 dias.
Em Agosto, as forças moçambicanas e ruandesas expulsaram os rebeldes para fora de Mocímboa da Praia e o governo afirmou que tinha recuperado o controlo sobre a maior parte da região.
Com as forças conjuntas a conduzir as operações no norte, as autoridades moçambicanas ainda não disseram quando as forças estrangeiras irão sair do país.
“O trabalho feito até agora durante as operações militares conjuntas não pode parar por aqui,” disse o presidente ruandês, Paul Kagame, durante a sua visita a Moçambique, em Setembro. “Agora temos uma outra tarefa que é de continuar a reconstituir e a proteger este país.”
Nos últimos meses, Cabo Delgado registou um aumento nos raptos e no uso de crianças-soldado pelo Ansar al-Sunna.
Três mulheres que escaparam do acampamento terrorista em Mbau disseram à organização internacional humanitária, Human Rights Watch, que viram “centenas de rapazes” entre os militantes.
“Tanto o terrorismo quanto os raptos são crimes que criam terror,” disse Rafael. “É por isso que a luta contra o terrorismo e a luta contra os raptos deve ser a mesma.”
Nyusi reforçou a missão das FADM num discurso proferido no final da formação de sargentos no dia 10 de Novembro.
“Fiquei orgulhoso em saber que a vossa formação decorreu no teatro operacional norte, onde vocês lutaram e regressaram para continuar a vossa formação,” disse. “É vossa tarefa garantir que Moçambique continue a ser um Estado independente, soberano, uno e indivisível, com integridade territorial intacta, justiça social e com a sua população a viver