MISSÃO DA ONU NO SUDÃO DO SUL
Ainspectora-chefe, Doreen Mazuba Malambo, da Zâmbia, acredita num lema simples: “Ensinar uma mulher é ensinar uma nação.”
Ela trouxe esta sabedoria para mais de uma década de serviço em missões de manutenção da paz no continente africano, onde ela ajudou a proteger mulheres e crianças encontradas em conflitos. Agora a servir na Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS), ela foi nomeada Melhor Agente da Polícia do Ano do Sexo Feminino da ONU.
“Sempre acreditei que as mulheres precisam de ser ouvidas em quaisquer problemas que tenham uma ligação directa com o seu dia-a-dia,” disse. “O meu trabalho como conselheira do género permite-me fazer esforços para capacitar mulheres e raparigas do Sudão do Sul diariamente. Ser capaz de construir capacidades de agências da lei locais é um bónus.”
Malambo serve no Sudão do Sul desde 2016, quando começou como instrutora da Força Policial Conjunta Integrada. Três meses depois de chegar ao país, a guerra eclodiu. Em pouco tempo, ela viu-se a ajudar as pessoas que vinham em massa para o acampamento da UNMISS, à procura de protecção.
“Eu própria estava com medo, mas sabia que se uma agente da polícia de uniforme manifestasse medo, então, não haveria esperança para estas mulheres,” disse. “Então, comecei a encorajá-las e a dizer-lhes que a luta iria parar, iria terminar.”
Malambo é mãe solteira e simpatiza-se com a luta daquelas que se separaram das suas famílias ou foram atacadas durante os conflitos. Ela encorajou as mulheres a serem pacificadoras. “Eu devo ter influenciado algumas delas, porque, em pouco tempo, muitas mulheres começaram a apelar os seus maridos para pararem de lutar,” disse. “Começamos a ver homens a virem para o acampamento da UNMISS e a entregarem as suas armas.”
Ela disse que ficou “maravilhada e honrada” por receber o prémio, mas que acredita que servir os necessitados é o seu maior privilégio. “A verdadeira recompensa para mim como uma pacificadora, como uma agente da polícia e como uma mulher, é a oportunidade de servir uma causa que transcende todas as fronteiras — a paz sustentável para todos, incluindo os marginalizados, os deslocados e os incapacitados.”