EQUIPA DA ADF
A Marinha Egípcia recebeu do governo dos Estados Unidos, em finais de Março, três barcos de patrulha da classe Ciclone.
Os navios anteriormente denominados USS Hurricane, USS Sirocco e USS Thunderbolt foram entregues em Alexandria, uma cidade portuária no norte do Egipto. A viagem de um mês de 6.400 quilómetros até Alexandria incluiu visitas aos portos de Duqm, Omã; Djibouti; Berenice, Egipto; e Jebel Ali, nos Emirados Árabes Unidos.
Enquanto os barcos chegavam a Alexandria, as marinhas egípcias e americanas continuavam a receber formação conjunta em busca e salvamento, controlo de danos, engenharia e manuseamento de armas.
“As forças navais egípcias testemunharam recentemente um enorme avanço tecnológico nos sistemas de armamento e na eficiência de combate, de acordo com os mais recentes sistemas internacionais,” disse o porta-voz das Forças Armadas Egípcias, o Coronel Gharib Abdel-Hafez, numa cerimónia de transferência. “Os barcos de patrulha da classe Ciclone estão entre as unidades mais avançadas da Marinha dos EUA e representam uma nova adição às forças navais do Egipto.”
O Almirante Ashraf Atwa, comandante da Força Naval Egípcia, disse que a entrega confirma a cooperação estratégica e a parceria entre o Egipto e os EUA. Atwa salientou também a importância de se reforçar as capacidades da frota naval egípcia para manter a segurança e a estabilidade nas suas áreas de operação.
Os países têm uma longa história de cooperação naval.
Em Agosto de 2022, por exemplo, o Egipto juntou-se às marinhas espanhola e norte-americana para um exercício marítimo conjunto no Mar Mediterrâneo. As forças marítimas foram treinadas em técnicas de combate naval e partilha de informação para a localização de alvos aéreos e marítimos. Também fizeram simulações para enfrentar ameaças à navegação e ao fluxo do comércio internacional.
“Estes exercícios estão enquadrados na cooperação conjunta entre a Força Armada Egípcia e as suas homólogas de países amigos que têm grande experiência nestes campos, o que contribui para apoiar a segurança e a estabilidade marítimas,” disse Abdel-Hafez numa reportagem do jornal saudita, Arab News.
A Marinha Egípcia é a maior força marítima do Médio Oriente e de África. É responsável por proteger mais de 2.000 quilómetros de costa ao longo do Mar Mediterrâneo e do Mar Vermelho, bem como defender as aproximações ao Canal de Suez.
A Marinha Egípcia comanda também a Força-Tarefa Combinada 153, um dos quatro grupos multinacionais de segurança marítima liderado pelas Forças Marítimas Combinadas, uma parceria naval de 34 países. A referida força-tarefa tem como objectivo manter a segurança regional no Mar Vermelho, Golfo de Áden e Bab al-Mandeb.
A Força-Tarefa 153 foi criada pelo exército dos EUA em Abril de 2022 para combater o contrabando e outras actividades ilícitas. O Golfo de Áden é uma rota de trânsito fundamental para o contrabando de mísseis iranianos e de armas ligeiras para os rebeldes Houthi, do Iémen, por meio de barcos sem marca.
Durante anos, as armas iranianas contrabandeadas através do Golfo de Áden chegam à Somália, onde são vendidas a grupos extremistas violentos como o al-Shabaab e o grupo do Estado Islâmico. O Irão criou uma rede de representação na Somália e tem utilizado o país para canalizar armas para as milícias Houthi no Iémen, desde 2016.
A rede de contrabando de armas também provavelmente se estenda a grupos ligados ao al-Shabaab na Etiópia, Quénia e Moçambique, alimentando a insegurança em torno do Corno de África, de acordo com um relatório do Instituto de Estudos de Segurança.