EQUIPA DA ADF
Enquanto Moçambique procura acabar com a pesca ilegal, o tráfico de drogas e outras ameaças de segurança marítima nas suas águas, os EUA forneceram um barco de patrulha costeira, de 10 metros de comprimento, para a sua Marinha de Guerra.
As autoridades da Marinha de Guerra moçambicana também participaram numa formação oferecida pelo produtor americano do barco, SAFE Boat International. O barco de alta velocidade, avaliado em 700.000 dólares, é utilizado para interdições e operações de abordagem marítima. O mesmo foi entregue no início de Dezembro.
Até 2021, a Marinha de Guerra de Moçambique tinha 14 barcos de patrulha e de patrulha rápida. O país é responsável por uma linha da costa de 2.470 quilómetros, ao longo do Canal de Moçambique, uma via navegável entre Madagáscar e a região sudeste de África, que transporta cerca de 30% do tráfico de navios a nível global e é uma rota principal para o comércio ilegal de heroína.
O tráfico de drogas, a pirataria e outros crimes marítimos ajudam a financiar uma insurgência que ameaça os civis moçambicanos e os principais projectos de gás e energia ao largo da costa, na província de Cabo Delgado.
Os insurgentes tomaram a cidade portuária da Mocímboa da Praia, daquela província, mas as forças ruandesas ajudaram a repeli-los, em 2021. O porto da cidade reabriu pela primeira vez depois de dois anos, em finais de 2022. Mocímboa da Praia localiza-se a sul da península de Afungi e acolhe um projecto de vários bilhões de dólares, de gás natural liquefeito, conhecido como Mozambique LNG.
“Recebemos esta embarcação num momento muito especial, em que as operações no Teatro Operacional Norte decorrem de forma satisfatória, como resultado do esforço conjunto das Forças de Defesa e Segurança, das forças amigas do Ruanda e da SAMIM [a Missão da SADC em Moçambique],” disse Casimiro Augusto Mueio, Secretário Permanente do Ministério da Defesa Nacional de Moçambique.
Durante a entrega, o embaixador dos EUA em Moçambique, Peter H. Vrooman, disse que os dois países irão continuar a colaborar contra o extremismo. “Oferecemos formação e oportunidades educacionais para soldados, marinheiros e fuzileiros moçambicanos e americanos que escolhem servir o seu país. Juntos trabalhamos para um Moçambique mais forte e mais resiliente,” disse.
Vreÿ observou que a operação para recapturar Mocímboa da Praia incluiu um ataque surpresa pelos soldados moçambicanos, a partir do mar.
“A cooperação com diversos parceiros para promover a governação da segurança marítima a um prazo mais longo deve continuar a ser uma prioridade,” escreveu Vreÿ. “Este é um objectivo a longo prazo para ser abordado no contexto da actual insurgência armada e sustentado para além da presente volatilidade. A estabilidade na terra e no mar devem ser abordados de forma simultânea.”
Uma Série de Doações de Barcos
A doação de barco dos EUA a Moçambique corresponde uma de uma série de doações semelhantes no continente. Em meados de Dezembro, os EUA efectuaram a entrega de dois barcos de patrulha de alta velocidade à Marinha de Guerra da Tanzânia para reforçar a sua capacidade de combater crimes marítimos.
Avaliados em mais de 1,35 milhões de dólares, os barcos incluem um modelo Interpretador, de 10,5 metros, e um barco de comando de cabine fechada, de 11,5 metros. A doação inclui equipamento de reparação e manutenção, veículos de reboque e um curso de formação de duas semanas.
Também em Dezembro, os EUA efectuaram a entrega de uma nova embarcação de patrulha para ajudar o Benin a combater a pirataria e outros crimes marítimos no Golfo da Guiné. Os EUA também ajudaram a construir uma nova casa de barcos, uma oficina de manutenção e uma rampa de lançamento para acomodar a embarcação.
A formação foi fornecida pela Unidade da Polícia Marítima e Fluvial Especial do Benin (USPFM)
através do Comando dos EUA para África.
As autoridades efectuaram a entrega da casa de barco e do centro de manutenção antes da pandemia da COVID-19, e a USPFM utilizou as instalações para apoiar as operações regulares e as necessidades de manutenção.