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Para lidar com as condições mais secas, a agricultora zambiana, Pamela Nyirenda, em 2019, passou a fazer o plantio de mandioca resistente à seca, entre outras novas culturas que absorvem água como amendoim e feijão-nhemba.
Mas em 2020 a sua machamba de mandioca não trouxe apenas uma colheita garantida mas também ganhos financeiros, quando compradores adquiriam rapidamente os tubérculos para produzir etanol para um desinfectante das mãos à base de álcool.
À medida que a pandemia da COVID-19 atinge a África, a farinha de mandioca na Zâmbia está a ser vendida por até 5.000 kwachas (270 dólares) por tonelada, um aumento acentuado quando se compara com o mesmo período em 2019, de acordo com a União Nacional de Agricultores da Zâmbia.
“Este é o meu segundo ano a cultivá-la, e consegui ter 10 toneladas de mandioca,” disse. Ela espera ganhar quase duas vezes mais com a sua mandioca em 2020, assim como fez em 2019.
Musika, uma instituição agrícola zambiana sem fins lucrativos, apercebeu-se que mais 25.000 agricultores na Zâmbia — muitos deles do sexo feminino — agora estavam a cultivar uma variedade de mandioca que é tolerante à seca, comparado ao número de 5.000, de há cinco anos.
Pamela Hamasaka, directora de assuntos corporativos da Musika, afirmou que a procura de etanol proveniente da mandioca teve um aumento acentuado na Zâmbia, visto que as empresas correm para produzir mais desinfectante para as mãos de modo a controlar a propagação da pandemia mortal da COVID-19.
Em Maio de 2020, 250 toneladas de farinha de mandioca por dia estavam a ser transformadas em etanol para a produção de desinfectante e outros produtos vendidos a nível local ou exportado para os países vizinhos, disse.
Mas especialistas temem que a transformação de culturas alimentares como a mandioca em etanol pode prejudicar a segurança alimentar da região, visto que a paralisação da economia global devido à COVID-19 levou a mais proibições da exportação.
O Ministério da Agricultura da Zâmbia prevê que o país irá produzir pouco mais de um milhão de toneladas de farinha de mandioca em 2020.