EQUIPA DA ADF
À medida que a pandemia da COVID-19 continua a assolar a África do Sul, os especialistas em saúde pública concordam que existe uma forma confiável para acabar com a propagação do vírus e de proteger as pessoas: usar máscara.
No Centro de Mulheres de Sakhulwazi, em Philippi, Cidade do Cabo, costureiras cosem milhares de máscaras de capulana para a UbuntuCare, a fim de proteger os seus vizinhos.
Cada máscara representa um esforço internacional para parar a propagação da COVID-19 na África do Sul, que tem o maior número de infecções do continente. O projecto de 660.000 dólares junta o Centro de Mulheres, o Alto Comissariado Britânico em Pretória, a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e a UbuntuCare, uma parceria entre o governo da província do Cabo Ocidental e grupos de saúde locais.
Para a distribuição e marketing, o projecto UbuntuCare trabalha com um projecto designado Project Last Mile (Projecto Última Milha), uma parceria público-privada que usa a experiência da Coca-Cola na gestão da cadeia de fornecimentos para ajudar os países africanos a distribuírem suprimentos médicos às comunidades de lugares de difícil acesso. O Projecto Última Milha opera em 10 países, muitos dos quais na África Austral.
O Projecto trabalha com a USAID desde 2016 para fornecer aos sul-africanos com doenças crónicas os medicamentos de que precisam para viver.
“A relação de longa data entre o Projecto Última Milha e a USAID e o conhecimento do contexto local permitiram que fôssemos capazes de responder de forma rápida a esta necessidade importante,” Adrian Ristow, director do Projecto Última Milha, sediado em Porto Elizabeth, disse à ADF. “Dado o impacto da COVID-19 sobre o sistema de saúde, apoiar este impulso de garantir que haja melhoria da disponibilização de EPI [equipamento de protecção individual] é vital para o nosso apoio mais generalizado ao fortalecimento dos sistemas de saúde na África do Sul.”
A província sul-africana do Cabo Ocidental teve o maior número de casos e de mortes logo no início do surto, embora nestes últimos dias tenha sido ultrapassada pela província de Gauteng, onde se encontra a cidade de Joanesburgo.
O número de casos continua a aumentar, no entanto, as máscaras de tecido tornaram-se uma componente vital dos esforços de saúde pública para reduzir o impacto da COVID-19 sobre a população. As máscaras de tecido ajudam a bloquear as gotículas que transportam as partículas do vírus quando alguém respira, tosse ou espirra.
O esforço internacional empregou 130 costureiras para produzir 100.000 máscaras. Por cada pacote de máscaras UbuntuCare vendidas, um outro pacote é doado a pessoas que estão em alto risco de infecção.
“Para o governo dos EUA, as parcerias bem-sucedidas fazem toda a diferença,” Administrador-Adjunto da USAID, Bonnie Glick, disse durante o anúncio do projecto pela Embaixada dos Estados Unidos na África do Sul, pela internet, no dia 6 de Outubro. “Acreditamos que a USAID deve trabalhar nos sectores público e privado, unindo os actores para resolver problemas globais.”
O Projecto Última Milha usa a rede de negócios da Coca-Cola para ajudar pequenos grupos, como o Centro de Mulheres de Sakhulwazi, a colocarem as suas máscaras nas lojas de retalho locais onde as pessoas podem comprá-las sem ter de ir aos centros de saúde.
A Ministra da Saúde, na Província do Cabo Ocidental, Dra. Normafrench Mbombo, disse que o projecto coloca máscaras nas mãos de pessoas vulneráveis, especialmente em comunidades densamente habitadas onde o distanciamento social é difícil. A parceria internacional ajuda a fornecer máscaras a pessoas que podem não ser capazes de comprá-las, disse ela.
Rose “Mama Rose” Makosa fundou o Centro de Mulheres de Sakhulwazi em 2006, para melhorar a vida das mulheres da comunidade de Philippi. O dinheiro ganho da costura de máscaras ajuda as mulheres a comprarem comida para os seus filhos e traz electricidade para as suas casas, referiu ela.
Makosa disse que o Centro de Mulheres encerrou quando a África do Sul esteve em confinamento obrigatório no início da pandemia. As mulheres do centro sofreram com a falta de emprego.
“Fiquei tão feliz quando as máscaras Ubuntu chegaram,” disse ela. “Estávamos com fome e não tínhamos nada. Depois as mulheres começaram a trabalhar.”