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O Tenente-Coronel das Forças de Defesa do Quénia (KDF), Peter Mwangi, deu um largo sorriso quando lhe perguntaram sobre o efeito do exercício Justified Accord sobre os seus soldados que dele participaram.
“Este exercício multinacional é a melhor forma de moral para as nossas tropas,” disse à ADF.
O comandante do 27º Batalhão de Infantaria Mecanizada das KDF, Mwangi, mensionou vários objectivos do exercício, destacando um que ele sentiu que era o mais importante — a promoção da cooperação para a neutralização do terrorismo na região da África Oriental.
“Queremos garantir que as nossas tropas estejam prontas,” disse.
Muitos dos destaques do exercício fizeram muito para cumprir com estes objectivos.
Justified Accord é o maior exercício militar da África Oriental patrocinado anualmente pelo Comando dos EUA para África e é dirigido pela Força-Tarefa do Exército dos EUA do Sul da Europa-África (SETAF-AF).
De 13 a 23 de Fevereiro, mais de 1.000 participantes provenientes de mais de 20 países participaram no exercício, que esteve baseado primeiramente em Nairobi e Isiolo, Quénia.
O JA23 contou com exercícios de treino de campo, com munições reais, um curso de oficiais da União Africana e projectos de ajuda humanitária.
Os exercícios de campos centraram-se em cenários de envio, com forças multinacionais sendo capacitadas para manobras tácticas de combate ao terrorismo e comunicações, assim como resposta médica e de crise.
Os soldados dos exércitos de Djibouti e do Ruanda juntaram-se às KDF e às Forças de Defesa Popular do Uganda (UPDF). Observadores da Bélgica, Botswana, Brasil, Madagáscar, Holanda e Tanzânia estiveram no local, durante todos os 10 dias do exercício.
O Tenente-Coronel Paul Mukasa e o contingente das UPDF participaram numa formação de identificação, neutralização e descarte de dispositivos explosivos improvisados, que continuam a representar uma ameaça para a região, uma vez que são utilizados pelo grupo terrorista, baseado na Somália, al-Shabaab.
“Temos desafios semelhantes no Corno de África, na República Democrática do Congo, na Somália,” disse numa entrevista na televisão France 24. “Todos estes exigem cooperação.”
Mukasa disse que o Justified Accord veio no tempo certo para as UPDF, que estao a participar em missões de manutenção da paz nos mandatos da União Africana e das Nações Unidas.
O curso de oficiais da União Africana, em Nairobi, centrou-se na capacitação dos oficiais em conhecimentos, habilidades, prontidão e interoperabilidade para melhor levarem a cabo as tarefas no seio das missões da ONU e da União Africana.
“As nossas missões de manutenção da paz irão beneficiar da troca de ideias com os que estão na formação aqui no Quénia,” disse Mukasa num comunicado das UPDF.
“Irá melhorar a nossa compreensão e capacitar-nos mais para lidarmos com operações de apoio à paz, criar maior prontidão combativa na nossa luta contínua contra o terrorismo.”
Pela primeira vez no Justified Accord, os participantes receberam treinos em exercícios de defesa contra ataques cibernéticos, na Escola Humanitária de Apoio à Paz, do Centro Internacional de Formação de Apoio à Paz de Nairobi, bairro de Karen.
A formação centrou-se na identificação de incidentes e inteligência de ameaças, juntamente com recolha, contenção e erradicação de artefactos.
Mukasa disse que ele reconheceu o quanto a formação melhorou a capacidade do Uganda em termos de tecnologias emergentes e de capacidade de interoperabilidade multinacional.
“As ameaças cibernéticas são reais,” disse ele. “Isso faz com que as operações de defesa cibernética sejam boas para nós, nesta era moderna. A tecnologia continua a mudar e existe uma necessidade de aceleração nas nossas operações do dia-a-dia.”
No dia 18 de Fevereiro, as KDF e o Exército dos EUA fizeram uma parceria com o Departamento de Saúde do Condado de Samburu para a provisão de clínicas médicas gratuitas para os residentes, num hospital, na aldeia de Archer’s Post.
Em última instância, o exercício alcançou todos os seus objectivos, disse o comandante-adjunto da SETAF-AF, Brigadeiro-General do Exército dos EUA, Patrick Thibodeau.
“É emocionante poder testemunhar a prontidão do exército e as capacidades de uma força verdadeiramente multinacional,” disse.