EQUIPA DA ADF
Durante 50 anos, depois de ganharem a independência, as Ilhas Maurícias gradualmente construíram uma economia forte, impulsionada pela vinda de turistas para as suas praias maravilhosas, enquanto também criavam ganhos nos sectores têxteis, fabril e bancário.
Em Julho de 2020, o Banco Mundial classificou as Ilhas Maurícias como um país de alto rendimento pela primeira vez, juntando-se às Seicheles como a segunda economia de alto rendimento do continente.
Depois a COVID-19 eclodiu, e, como em muitos países do mundo, o país insular de 1.130 quilómetros, a leste de Madagáscar, sofreu uma recessão económica. Os líderes agora estão a ter dificuldades para voltar a ganhar o ritmo económico daquele país. O governo reabriu as suas fronteiras em Outubro de 2021, mas o turismo ainda está fraco.
“Até Julho, não havia COVID, contudo não houve, de igual modo, turistas,” Azim Currimjee, director-geral da Currimjee telecoms-to-beverages conglomerate, disse ao Financial Times.
O sistema económico das Ilhas Maurícias reduziu em 15% em 2020 e as receitas per capita baixaram para cerca de 370.240 rupias (8.600 dólares), anunciou o jornal.
“Durante oito meses, fomos um país de alto rendimento,” antigo Ministro das Finanças, Rama Sithanen, disse ao Financial Times. “Agora, voltamos de novo para o lugar onde estivemos 10 anos atrás.”
Para mitigar as dificuldades financeiras causadas pela pandemia, o Banco das Ilhas Maurícias criou a Corporação de Investimentos das Ilhas Maurícias (Mauritius Investment Corp.), em Junho de 2020. Esta instituição oferece empréstimos monetários para grandes empresas de sectores que enfrentam dificuldades e ajuda os trabalhadores a continuar a ter os seus salários.
“Atiramos o manual pela janela,” Currimjee disse ao Financial Times. “A cobertura era, inicialmente, para garantir que nos mantenhamos vivos e, em segundo lugar, para garantir que não haja qualquer prejuízo financeiro.”
Uma vez que as autoridades das Ilhas Maurícias perspectivam o eventual fim da pandemia, alguns especialistas acreditam que agora é altura para atrair investimentos no sector de dispositivos médicos e no sector das ciências da vida.
Atraídos pelas leis tributárias amigáveis daquele país, para empresas em fase inicial, a Noraker Capricorne, uma empresa francesa que produz implantes ortopédicos e dentários e substitutos de ossos, e a Natec Medical, uma empresa americana que produz cateteres e endopróteses, abriram fábricas de produção naquela ilha. Natec pretende abrir um centro de ciências da vida naquele país e deseja expandir o fabrico, de acordo com uma reportagem do site med-technews.com.
A acessibilidade de infra-estruturas e a mão-de-obra fazem com que as Ilhas Maurícias sejam um lugar de preferência para outras empresas médicas que pensam em abrir fábricas naquele país, disse Nirmala Jeetah, que supervisiona a direcção de bioindústria e desenvolvimento de projectos no Conselho de Desenvolvimento Económico das Ilhas Maurícias.
“O governo deseja promover a manufactura, e agora temos um esquema de investimentos premium que se centra em produtos farmacêuticos e dispositivos médicos,” disse Jeetah ao med-technews.com. O esquema permite isenção de impostos e de utilidades para encorajar o crescimento no sector de prestação de cuidados de saúde, disse.
Em Abril, o governo implementou medidas para aumentar o influxo de moeda estrangeira naquele país, incluindo a promoção das Ilhas Maurícias como um centro de facilitação de negócios e a abertura de actividades económicas para investidores estrangeiros e expatriados.
As Ilhas Maurícias registaram um défice de cerca de 122 bilhões de dólares em influxo de moeda estrangeira de 2020 a 2022, devido principalmente ao decréscimo considerável de rendimentos provenientes do turismo, exportação e serviços financeiros, Renganaden Padayachy, Ministro das Finanças, Planificação e Desenvolvimento Economico daquele país, disse num comunicado de imprensa.