EQUIPA DA ADF
Os EUA doaram um Hospital de Campanha, estimado em 1,3 milhões de dólares, para reforçar a luta da Nigéria contra a COVID-19.
Localizado no Centro Médico Federal de Abuja, o Hospital de Campanha conta com quatro instalações de isolamento com pressão negativa que podem acomodar até 40 pacientes, um gerador auxiliar, camas, casas de banho, lavatórios e diverso equipamento. As suas salas de pressão negativa garantem que os pacientes, independentemente da sua condição, recebam atendimento médico, incluindo cirurgias, sem que haja o risco de que o ar contaminado saia da sala.
O hospital foi fabricado pelo Alaska Structures e montado em Abuja por uma equipa constituída apenas por nigerianos.
“Isso irá ajudar-nos de muitas formas – testagem, isolamento, retenção e, claro, tratamento,” Ministro de Saúde da Nigéria, Adeleke Olorunnimbe Mamora, disse à TVC News, da Nigéria. “Praticamente todos os hospitais estavam cheios.”
O Hospital de Campanha pode ser utilizado para tratar de pacientes com doenças contagiosas que não sejam a COVID-19, Saad Ahmed, director médico do Centro Médico Federal, disse àquela estação.
Desde que a pandemia eclodiu, os EUA doaram mais de 73 milhões de dólares para os esforços da Nigéria de prevenção da COVID-19, incluindo a doação de 200 ventiladores, financiamento de pesquisas epidemiológicas de detecção de COVID-19, assistência técnica e planos de serviço.
“Apoiar profissionais de saúde que cuidam dos pacientes nestas instalações e em todo o país é de vital importância para os esforços da Nigéria para a redução da propagação da COVID-19,” disse a embaixadora dos EUA na Nigéria, Mary Beth Leonard, durante a cerimónia de entrega. Ela acrescentou que os EUA irão continuar a apoiar os esforços da Nigéria de isolar de forma segura e tratar dos pacientes confirmados de COVID-19.
Os EUA entregaram o hospital em Janeiro quando a Nigéria lutava para conter uma segunda vaga de infecções e as autoridades sanitárias estudavam uma nova variante do vírus.
“As variantes descobertas no Reino Unido e na África do Sul são distintamente diferentes das variantes descobertas na Nigéria,” virologista Sunday Omilabu, director do Centro de Virologia Humana e Zoonótica do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina da Universidade de Lagos, disse à Associated Press.
Omilabu estava preocupado com o facto de os nigerianos estarem a ficar complacentes quanto ao uso de medidas de prevenção para conter o vírus. Ele disse que a segunda estirpe parece mais transmissível do que as versões anteriores e que os pacientes estão a experimentar sintomas mais severos.
“As pessoas ainda saem para as festas,” disse Omilabu. “Ainda vão para as discotecas e sem usar máscaras faciais. Falamos sobre o distanciamento social; as pessoas não respeitam isso. Falamos sobre o uso de máscaras faciais; as pessoas não colocam isso em prática. Quando estão nos mercados; elas não colocam isso em prática. Então, como é possível agora controlá-la?”
A segunda vaga e a nova variante coincidiram com o aumento no número de infecções entre os profissionais de saúde do país. Mais de 800 destes funcionários foram infectados pelo vírus entre Junho de 2020 e inícios de Fevereiro, informou a Agência Anadolu. Pelo menos 20 médicos evoluíram para óbito vítimas da COVID-19 durante uma semana em Janeiro, de acordo com a Associação Médica da Nigéria.
Com uma população de 200 milhões de pessoas, a Nigéria espera receber 41 milhões de doses da vacina da COVID-19 provenientes da União Africana até Abril. As autoridades sanitárias têm o plano de vacinar 40% da população este ano e mais 30% em 2022. Os 41 milhões de vacinas são produzidos pela AstraZeneca, Johnson & Johnson e pela Pfizer, noticiou a Reuters.
Em Fevereiro, as autoridades nigerianas aprovaram um projecto de 17 milhões de dólares para a construção de 38 instalações de geração de oxigénio, que irão incrementar o acesso ao oxigénio para os que padecem de sintomas graves da COVID-19. Este e outros investimentos em infra-estruturas de saúde estão a deixar as autoridades optimistas no sentido de que a Nigéria pode sair desta pandemia mais forte e melhor preparada para enfrentar doenças contagiosas.
“A COVID-19 já tirou muito de nós. O ano transacto foi de extrema importância para definir a nossa segurança sanitária,” disse o Dr. Chikwe Ihekweazu, director-geral do Centro de Controlo de Doenças da Nigéria. “Contudo, é uma oportunidade para a Nigéria se reconstruir melhor.”