No início de Novembro, a Guarda Costeira do Djibouti aprendeu técnicas forenses de recolha de amostras de água e de impressões digitais que ajudarão as investigações criminais relacionadas com a contaminação da água e o tráfico de droga.
A formação foi ministrada por peritos do Serviço Naval Investigativo Criminal (NCIS, na sigla inglesa) dos Estados Unidos, responsável pela investigação de crimes e pela prevenção do terrorismo, e pelo Joint Theater Forensic Analysis Center (JTFAC), um laboratório forense que ajuda as operações militares globais ao localizar adversários, erradicar as suas cadeias de abastecimento e fornecer provas para acção penal.
Tanto o NCIS como o JTFAC estão instalados no Camp Lemonnier, em Djibouti.
“Este exercício reforçou a confiança e o conhecimento da missão da Guarda Costeira do Djibouti para manter a costa do Djibouti a salvo de ameaças e actividades ilegais,” disse Dylan Shafer, agente especial do NCIS. “As competências e os conhecimentos que adquiriram com esta instrução ajudá-los-ão a processar e a analisar um local de crime marítimo para obter provas de infracções penais, a fim de apoiar os processos judiciais no Djibouti.”
Grande parte da formação envolveu a recolha e o tratamento de amostras de água contaminada. As amostras podem servir de base para acções judiciais contra navios suspeitos de contaminarem as águas do Djibouti. A formação incluiu também técnicas de recolha, documentação e processamento de contrabando, incluindo estupefacientes.
Situada na confluência do Mar Vermelho com o Golfo de Aden, no Estreito de Bab-el-Mandeb, Djibouti é alvo de grupos criminosos que procuram traficar droga. Cerca de 2.000 navios de carga entram anualmente no porto de Djibouti.
A heroína que entra no país tem normalmente como destino outros países da África Oriental e da África Austral. Os carregamentos de cocaína chegam normalmente ao Djibouti vindos do Próximo e Médio Oriente, do sudoeste asiático e do Líbano, segundo o Índice do Crime Organizado.
Em 2017, no entanto, a polícia do Djibouti apreendeu meia tonelada de cocaína disfarçada de farinha num carregamento proveniente do Brasil. O procurador Maki Omar Abdoulkader disse que a cocaína tinha um valor de mercado de um bilhão de francos do Djibouti (5,62 milhões de dólares).
Fortes Laços Bilaterais
As forças armadas do Djibouti e dos EUA mantêm fortes laços militares bilaterais.
Em Fevereiro, a Marinha do Djibouti, a Força Marítima de Autodefesa do Japão e a Marinha dos EUA participaram num treino trilateral para combater os crimes marítimos em Camp Lemonnier. O exercício conjunto centrou-se nas tácticas de visita, abordagem, busca e apreensão (VBSS) para combater o terrorismo, a pirataria e o contrabando.
“As operações VBSS são uma função essencial da estratégia marítima das Forças Armadas do Djibouti para combater o contrabando de droga, a pesca ilegal e o tráfico de seres humanos ao largo da sua costa,” afirmou o Tenente Comandante, Luis Aybar, subchefe do Gabinete de Cooperação de Segurança, da Embaixada dos EUA no Djibouti. “Este compromisso mostrará a cada equipa como entrar a bordo e executar com êxito a missão VBSS.”
Em Março, o Djibouti ajudou a acolher o Cutlass Express, um exercício de segurança marítima patrocinado pelo Comando dos EUA para África. Participaram as Comores, o Djibouti, o Quénia, Madagáscar, a Maurícia, Moçambique, as Seychelles e a Tanzânia.
Durante o exercício, os participantes treinaram cuidados tácticos de combate, pontaria, manobras no mar, contramedidas contra minas e técnicas de combate corpo-a-corpo, bem como instrução jurídica.
No final de Maio e início de Junho, as forças do Djibouti e espanholas associaram-se à Força-Tarefa Conjunta Combinada dos EUA do Corno de África no exercício bianual Bull Shark em Camp Doraleh, no Djibouti. O Bull Shark é um exercício de resposta a crises e de recuperação de pessoal, concebido para testar a comunicação e a interoperabilidade entre as nações parceiras.
“Durante este exercício, tivemos o privilégio de forjar uma estreita aliança com os nossos estimados parceiros internacionais, os Estados Unidos da América e a Espanha,” afirmou o Coronel Wais Omar Bogoreh, comandante da guarda costeira do Djibouti. “A sua experiência inestimável, o seu apoio e a sua cooperação ininterrupta foram fundamentais para alcançar o êxito retumbante que hoje celebramos.”