VOZ DA AMÉRICA
A pandemia da COVID-19 causou a perda de aproximadamente 2 milhões de empregos no Quénia, obrigando muitos a aderirem à economia informal. Contudo, os quenianos também têm um segredo que mantém muitos deles estáveis financeiramente — a maior cooperativa de poupança e movimento de empréstimos de África.
Com mais de 14 milhões de membros a fazerem contribuições mensais, as cooperativas do Quénia oferecem empréstimos durante os tempos difíceis, ajudando muitos a ultrapassarem as dificuldades trazidas pela pandemia ou mesmo para começaram os seus próprios negócios.
Judy Muthama vendia sapatos e utensílios no bairro suburbano de Mukuru Kwa Njenga, na zona central de Nairobi. As vendas iam bem até que a pandemia veio destruir o seu negócio. Mas ela está a recomeçar o seu negócio com um empréstimo de 600 dólares, concedidos por uma união de poupança e crédito, onde ela tinha sido membro por três anos.
Muthama disse que, se não fosse a cooperativa, ela teria encerrado o seu negócio. Ela afirmou que a cooperativa melhorou a sua situação sempre que encontrou dificuldades financeiras.
Austin Oduor é o presidente da cooperativa denominada Uprising Housing Cooperative, cuja união de poupanças possui 834 membros. Ele disse que a união já registou uma queda de 80% em cobranças mensais, desde Março de 2020, mas ainda ajuda os seus membros a ultrapassarem os períodos económicos difíceis.
“Eles reconhecem a cooperativa e nós trabalhamos com eles em várias vertentes,” disse. “Distribuímos vale de alimentos, produtos para a lavagem das mãos, máscaras. Demos a alguns deles empréstimos para poderem levar os seus filhos de volta para a escola.”
Kristin Wilcox, directora de programas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que trabalha em estreita ligação com as sociedades cooperativas do Quénia, disse que admira as iniciativas que motivam os grupos.
“Através da sua própria natureza, não existe ninguém de fora que presta assistência a estes membros para alcançarem os seus objectivos. É puramente baseado nas suas próprias energias e nas suas próprias habilidades de colectivizar,” desse. “Eu penso que isso é animador, porque não existe ninguém, nenhum homem que esteja por detrás das cortinas, não existe ninguém que no fim do dia vá ficar com a maior parte do lucro. O que conseguem alcançar é para eles mesmos.”