AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
Gabão interdita a venda e o consumo de pangolins e morcegos que se suspeita serem as fontes do surto de COVID-19 na China.
Os pangolins estão em grande risco de extinção e já há muito tempo têm sido protegidos, mas são vendidos nos mercados da capital Libreville onde a sua carne é muito popular. Há muito que têm sido contrabandeados para China, onde são altamente apreciados na medicina tradicional.
A nação do centro de África é 88% coberta de florestas, com a caça e o consumo da carne de caça a serem um estilo de vida que vem do passado.
O Ministério das Águas e Florestas disse que estudos indicam que a COVID-19 foi uma “combinação de dois vírus diferentes — um semelhante aos morcegos e outro semelhante aos pangolins.”
As autoridades do Gabão disseram que a decisão segue outras restrições tomadas durante os surtos passados. “Uma decisão semelhante foi tomada pelas autoridades quando o nosso país foi afectado pelo vírus do Ébola – com a proibição da ingestão de primatas”, disse o Ministro das Florestas, Lee White.
A agência nacional de parques anunciou, em meados de Março, que os turistas não podiam mais ser autorizados a interagir com macacos grandes para evitar quaisquer riscos de contaminação pela COVID-19.
Acredita-se que o pangolim, o mamífero mais traficado do mundo, também chamado de comedor de formigas escamoso, tenha sido possivelmente um vector na transmissão da COVID-19 a partir do animal para o ser humano num mercado de Wuham, na China, em 2019.
As suas escamas chegam a atingir um alto preço no mercado negro porque são geralmente utilizadas na medicina tradicional chinesa embora cientistas insistam que elas não têm qualquer valor terapêutico.