EQUIPA DA ADF
Tropas da Força de Defesa Popular do Uganda (UPDF) marcharam pelas florestas densas das montanhas do leste da República Democrática do Congo (RDC) com as suas armas em prontidão. Na província do Kivu do Norte, da RDC, novos confrontos com o M23 ou com os rebeldes das Forças Democráticas Aliadas podem irromper a qualquer altura.
A UPDF enviou 1.000 soldados para a região, em finais de Março, para se juntarem às tropas alinhadas com a Força Regional da Comunidade da África Oriental (EACRF), num esforço para estabilizar o país onde mais de 120 grupos armados operam. O Uganda agora possui cerca de 9.000 tropas a lutarem na RDC, comunicou o jornal ugandês, Daily Monitor.
Pouco depois de as autoridades terem anunciado o envio das tropas, as forças do Uganda mataram 32 combatentes das Forças Democráticas Aliadas e recuperaram armas e munições durante várias batalhas, de acordo com o Major-General da UPDF, Dick Olum.
“Houve muitas realizações,” disse Olum ao serviço ugandês de radiodifusão pública, UBC. “Um comandante [das Forças Democráticas Aliadas] foi atingido. Muitas armas foram recuperadas dele.”
Durante a maior parte do mês de Março, houve poucos confrontos entre as forças da EACRF e os grupos rebeldes, mas o M23 foi acusado de executar sumariamente civis e combater frequentemente com as milícias pró-governamentais locais. O M23 lançou uma grande ofensiva em 2022, confiscando grandes porções do território do Kivu do Norte e forçando centenas de milhares de pessoas a abandonarem as suas residências.
Pouco depois do seu recente destacamento, os soldados ugandeses ajudaram a libertar a cidade fronteiriça de Bunagana, depois de mais de nove meses de ocupação pelo M23. No dia 9 de Abril, as forças do Uganda apoderaram-se de Kiwanja, na região de Rutshuru, do leste da RDC, depois da retirada do M23, comunicou o Daily Monitor.
Olum disse que foi necessário algum tempo para que as tropas do Uganda se pudessem adaptar ao pesado terreno da região próxima de Goma, a capital da província do Kivu do Norte.
“Mas agora estamos acostumados com a situação no terreno,” disse Olum à UBC. “É uma área vasta, mas as realizações têm a ver com a pressão que exercemos sobre eles.”
O destacamento de Março fez com que o número de pessoal de segurança do Uganda em missões estrangeiras subisse para cerca de 12.000, incluindo mais de 3.000 na Somália e centenas na Guiné Equatorial e no Sudão do Sul.
No dia 17 de Abril, membros do grupo de batalha 35, da UPDF que serviam na Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS), foram aclamados pela sua coragem na luta contra os militantes do al-Shabaab, que controlam várias partes daquele país.
O comandante das forças da ATMIS, Major-General Peter Kimani Muteti, disse que as tropas ugandesas foram de extrema importância para ajudar a libertar várias cidades estratégicas pelo país.
“A coragem e a resiliência que eles apresentam representam os mais elevados valores de profissionalismo entre os soldados,” disse Muteti ao site de notícias da Somália, Garowe Online. “A liderança da ATMIS reconhece de forma genuína o trabalho ético e cultural das tropas, uma característica ganha como resultado do forte historial da UPDF nos treinos militares.”
Apesar de tais elogios, alguns críticos disseram que o envio de aproximadamente um quarto das tropas do Uganda para outros países pode ser um risco para a sua segurança nacional. Esta sugestão deixou irritado o Brigadeiro-General do Uganda, Felix Kulayigye, porta-voz do Ministério da Defesa e dos Antigos Combatentes.
“Alguém espera que deixemos o país vazio, [sem soldados]?” Kulayigye disse ao Daily Monitor. “Incomoda-me quando especialistas não-militares querem ser especialistas sobre um assunto do qual não têm domínio.”