EQUIPA DA ADF | FOTOS DA AFP/GETTY IMAGES
Atrocidades em massa, deslocamentos forçados, execuções públicas: Terror. Foi um facto da vida em partes da região do Sahel de África, desde que os extremistas ganharam espaço no Mali, em 2012, e posteriormente expandiram o seu alcance para além das fronteiras do país.
Apesar dos esforços das forças de segurança regionais e dos parceiros globais, a violência não demonstra sinais de acabar. Até finais de 2021, houve um aumento de 18% nos eventos violentos e uma redução de 14% de mortes, em comparação com a violência de 2020, que atingiu um recorde no Sahel, de acordo com o Projecto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED), que documenta a violência em todo o mundo.
A maior parte da violência foi atribuída ao afiliado da al-Qaeda, Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), uma coligação de grupos de militantes islamitas, incluindo a Frente de Libertação de Macina (FLM), que teve origem na região central do Mali. O Estado Islâmico no Grande Sahara (ISGS) também se encontra activo.
Esperava-se que as mortes ligadas ao JNIM aumentassem em 2021, em comparação com 2020. Até finais de Junho de 2021, as mortes registadas atribuídas à FLM, através de batalhas com as forças de segurança e outros grupos militantes, já tinham ultrapassado o seu nível de 2020 e estavam a caminho de duplicar.
Em Burkina Faso, Mali e Níger, a pressão militar tinha obrigado o ISGS e o JNIM a sair de algumas áreas, mas os grupos continuaram a cometer atrocidades em zonas mais recônditas, às vezes, entrando para os países vizinhos e ocasionalmente lutando uns contra os outros.
Outros grupos terroristas que operam no Sahel incluem o Ansar al-Dine, criado em 2011 por Iyad Ag Ghali, o líder principal da rebelião de 1990 no Mali, e o Ansaroul Islam, considerado o primeiro grupo terrorista do Burkina Faso.
O número de militantes mortos em Burkina Faso, Mali e Níger durante as operações militares ofensivas desde o início de 2020 até meados de 2021 foi estimado em mais de 1.400, de acordo com o ACLED.
Mali Continua Frágil
As insurgências, muitas vezes, persistem em zonas de agitação política. Este foi o caso do Mali, onde, em Junho de 2021, o país experimentou o segundo golpe de Estado militar, num período de nove meses. Ataques repetitivos do JNIM e do ISGS contra as forças malianas ao longo do primeiro semestre do ano apenas fizeram com que a situação de segurança daquele país piorasse.
A primeira metade de 2021 foi mortal para as forças malianas. Em Fevereiro, o JNIM matou 10 soldados numa emboscada, na cidade central-sul de Boni, e o ISGS atacou uma coluna, na cidade de Tessit, no leste, em Março, matando pelo menos 33 tropas.
Em Dezembro de 2020, um esforço europeu designado Força-Tarefa Takuba chegou ao norte do Mali, com as primeiras tropas oriundas da França e da Estónia; as forças da República Checa e da Suécia chegaram pouco depois, de acordo com o grupo de reflexão Council on Foreign Relations.
Em Julho de 2021, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que iria terminar a operação Barkhane, que começou depois de a França ter iniciado uma intervenção militar em 2013. Macron também encerrou três bases militares no Mali e reduziu pela metade o número de tropas francesas no Sahel.
Outras operações de segurança internacionais no Mali desde 2013 incluem a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali, que apoiou os processos políticos e realizou tarefas relacionadas com a segurança, e a Missão de Formação da União Europeia no Mali (EUTM), que trabalha para fortalecer as Forças Armadas Malianas.
Até Outubro de 2021, Mali alegadamente estava próximo de alcançar um acordo que iria destacar 1.000 membros do Grupo Wagner, da Rússia, para o país a fim de combater o terrorismo e a insegurança. Os mercenários, que têm a fama de serem cruéis, operam em vários países do continente e possuem um registo histórico de violações de direitos humanos e enriquecimento próprio.
O ISGS no Níger
No Níger, a região de Tillabéri continua a ser um foco de ataques perpetrados por ISGS, JNIM e bandidos armados.
Em Janeiro de 2021, homens armados jihadistas mataram 100 pessoas em Tchoma Bangou e Zaroumadareye. As aldeias localizam-se a 120 quilómetros a norte da capital do Níger, Niamey, na região de Tillabéri, que faz fronteira com o Mali e o Burkina Faso.
Num encontro público de líderes federais, regionais e locais, na cidade de Ouallam, o General Mahamadou Abou Tarka disse que a fronteira de Tillabéri com o Mali permite que os extremistas tenham um acesso virtualmente desimpedido para a região.
“As dificuldades para garantir a paz numa região como aquela do norte de Tillabéri advém do facto de tratar-se de uma área de fronteira aberta para o Mali, onde o governo infelizmente desapareceu,” disse Tarka, que serve como presidente da Alta Autoridade para Consolidação da Paz da Nigéria. “Devemos procurá-los e persegui-los incansavelmente na sua base no Mali, aniquilá-los, não permitir que tenham campo.”
Para vencer esta batalha contra os extremistas, disse, o exército, os líderes locais e o público devem trabalhar de mãos dadas.
“As forças armadas precisam do conhecimento que a administração tem das comunidades,” disse. “As consultas entre o exército e o governador, entre o exército e os prefeitos, devem ser permanentes.”
O ISGS é, de longe, o grupo terrorista mais activo no Níger. Na primeira metade de 2021, o número de pessoas mortas pelo ISGS representou 66% de todas as mortes perpetradas pela violência política organizada e cerca de 79% por violência contra civis, de acordo com o ACLED.
A brutalidade no Burkina Faso
O ISGS também deixou um rastro de devastação no Burkina Faso, onde os terroristas são conhecidos por cortar as mãos de suspeitos ladrões, realizar execuções públicas e recrutar crianças. Desde 2018, o país experimentou um aumento acentuado de ataques contra forças de segurança e civis.
No dia 4 de Junho de 2021, homens armados, na sua maioria crianças com idades compreendidas entre 12 e 14 anos, invadiram a aldeia de Solhan, no nordeste de Burkina Faso, tendo matado mais de 160 pessoas e incendiado casas.
A luta entre o ISGS e o JNIM, juntamente com os esforços da França e das forças de segurança da Força Conjunta G5 do Sahel enfraqueceram o ISGS na região do Sahel daquele país, nas regiões de Centre-Nord e East. O grupo alterou as suas operações para a província de Seno, a sul de Burkina Faso, e a província de Oudalan, a leste.
O JNIM procura manter a conformidade e regular a conduta social, através de meios menos mortais, incluindo intimidação através de ameaças, agressões e raptos em zonas controladas pelo grupo, de acordo com o ACLED.
Em Novembro de 2020, contudo, o JNIM respondeu ao destacamento de tropas na cidade nordeste de Mansila, impondo um embargo sobre a cidade e colocando dispositivos explosivos improvisados ao longo das estradas circunvizinhas.
Durante a primeira metade de 2021, grupos extremistas mataram 66 voluntários das milícias e, em Novembro, um ataque próximo de uma mina de ouro, em Inata, matou 49 polícias militares.
Até Maio de 2021, mais de 1,1 milhões de civis burquinabês ficaram deslocados internamente, em comparação com 560.000 no início de 2020, de acordo com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
Multiplicam-se as Parcerias do Estado Islâmico
Anos Depois de Perder Território no Médio Oriente, o ISIS Prolifera no Continente Africano
EQUIPA da ADF
O grupo do Estado Islâmico, que já deteve cerca de um terço do território sírio e ainda mais espaço no Iraque, agora supervisiona uma rede de afiliados de vários tamanhos em toda a África.
Cada afiliado surgiu em regiões distintas, com histórias e ressentimentos singulares. Os grupos que exploram estes ressentimentos através da extorsão e da violência acabaram por tornar a marca conhecida a nível global como ISIS. Agora a comunidade internacional está a juntar-se aos países africanos na procura de formas de combater a propagação.
A influência do Estado Islâmico em África tem estado a crescer anualmente desde 2014, de acordo com uma reportagem da Sky News, de 2021. Até 2019, pelo menos 22 países africanos tinham registado actividade suspeita ligada ao Estado Islâmico, embora nenhum afiliado estivesse lá instalado. Até 2020, oito países registaram um aumento de violência daquela natureza. Estes oito representam o Sahel da África Ocidental, o actual epicentro da violência do grupo do Estado Islâmico no continente, a República Democrática do Congo (RDC) e Moçambique.
Observadores afirmam que as filiações ao grupo do Estado Islâmico oferecem vantagens para grupos militantes baseados em África e para a organização coordenadora. Os grupos jihadistas locais ganham o selo “da marca do Estado Islâmico, assim como recursos, tais como financiamento, treinos e uma plataforma para propaganda baseada nas redes sociais a nível mundial,” escreveu Jacob Zenn, da Fundação Jamestown, e Colin P. Clarke, do Grupo Soufan, para a revista Foreign Policy. Por sua vez, o grupo do Estado Islâmico pode registar alguns sucessos em África enquanto luta para recuperar das derrotas sofridas no Médio Oriente.
De facto, os afiliados africanos agora são apresentados na primeira página da publicação semanal do grupo do Estado Islâmico, al-Naba, mais do que os grupos centrais do Iraque e da Síria (núcleo do ISIS), escreveram Zenn e Clarke.
Existem seis afiliados africanos, ou províncias, do grupo do Estado Islâmico em África. Os primeiros três começaram em 2014 numa Líbia assolada pela guerra, na Argélia e na região problemática do Sinai, Egipto. Um ano depois, a Província da África Ocidental do Estado Islâmico (ISWAP) foi formada e possui ramificações na Bacia do Lago Chade e no Sahel. Uma ramificação emergiu da insurgência do Boko Haram da Nigéria e a outra dos grupos militantes activos no norte do Mali.
Um pequeno grupo da Somália jurou fidelidade ao grupo do Estado Islâmico em 2018, e um ano depois foi formada a Província da África Central do Estado Islâmico. Possui ramificações na insurgência da província de Cabo Delgado, em Moçambique, e uma facção do grupo de militantes das Forças Democráticas Aliadas, da região leste da RDC.
“Sublinhando o quanto a África passou a ser uma importante área de operações do Estado Islâmico, estima-se que 41% de todas as mortes infligidas por militantes do Estado Islâmico, em 2019, ocorreram em África,” escreveram os pesquisadores Tricia Bacon e Jason Warner, para o Centro de Combate ao Terrorismo de West Point.
Os grupos africanos variam em termos de história, tamanho e motivação. Especialistas concluíram que discernir as verdadeiras relações entre eles e o grupo do Estado Islâmico pode ser difícil. Em última instância, o grupo do Estado Islâmico tem de designar um grupo como uma província para que este possa ser considerado um afiliado.
Os investigadores Haroro J. Ingram e Lorenzo Vidino escreveram, num ensaio de Maio de 2021, para um blog do Instituto Lawfare, que o grupo do Estado Islâmico fornece aos afiliados o seu aqeeda (credo) e o seu manhaj (método) para a criação de um Estado Islâmico e uma marca para promover a sua propaganda.
“Em suma, espera-se que os seus afiliados adoptem e apliquem a ideologia e a estratégia político-militar do Estado Islâmico no seu canto do mundo,” escreveram.
Por exemplo, na RDC, a facção Seka Musa Baluku, do grupo de militantes das Forças Democráticas Aliadas, adoptou as técnicas de propaganda do ISIS Central e os objectos de discussão. Por sua vez, Ingram e Vidino escreveram que o grupo do Estado Islâmico reconheceu as operações dos militantes da RDC e reivindicou os seus sucessos. O ISIS Central não parece estar a fazer muita coisa no sentido de comandar e controlar, mas existem provas de financiamento trazido para o grupo da RDC.
Um tema que une os afiliados é o seu “compromisso mútuo com os ideais, pelo menos de forma ostensiva, de um califado global,” de acordo com Bacon e Warner.
Em forma de ajuda ao grupo líbio, o ISIS Central enviou emissários do Iraque, mandou regressar combatentes estrangeiros para fortalecer as forças locais, ofereceu dinheiro e forneceu conselhos tácticos, estratégicos e sobre governação.
O ISIS central também enviou dinheiro para a facção ISWAP do Lago Chade e para grupos que se encontram na Somália. O grupo do Sinai recebeu dinheiro e armamento, escreveram Bacon e Warner. Mesmo assim, a ajuda aos afiliados foi “ad hoc e irregular.”
Zenn e Clarke argumentaram que as províncias líbias, que são mais ou menos defuntas agora, representaram uma ligação de primeiro grau, porque juraram lealdade e receberam combatentes oriundos da Síria para se estabelecerem e “mantiveram comunicações frequentes e directas com o núcleo do grupo.” Eles também receberam financiamento, treinos e aconselhamento até que forças internacionais e líbias os desalojaram.
A ISWAP representaria a ligação de segundo grau. Jurou fidelidade, mas teve pouco envolvimento com combatentes e formadores do grupo central do ISIS. O ISIS, contudo, promove ataques e faz consultas com líderes da ISWAP.
O mundo está a tomar nota do crescimento do grupo do Estado Islâmico em África. Em finais de Junho de 2021, líderes da Coligação Global para Derrotar o ISIS, composta por 83 países, reuniram-se em Roma e aprovaram uma força-tarefa para lidar com a propagação de grupos militantes em África.
Luigi Di Maio, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, não partilhou pormenores sobre como a força-tarefa iria trabalhar, mas disse que seria necessária uma “abordagem holística” para lidar com questões como a pobreza e outros causadores do extremismo.
A coligação anunciou que a República Centro-Africana, a RDC e a Mauritânia se encontram entre os mais novos membros do grupo. Burkina Faso, Gana e Moçambique participaram como observadores.
“Embora seja bom que a coligação esteja a falar sobre África e a trazer países relevantes para o debate, qualquer coordenação parece ainda estar nos estágios iniciais, enquanto as condições no terreno estão a deteriorar-se de forma muito rápida,” Emily Estelle, pesquisadora do American Enterprise Institute, disse à Voz da América.
“A força-tarefa proposta devia centrar as suas energias no apoio dos sucessos militares com os sucessos da governação,” disse. “Esta é a lacuna que permite que o Estado Islâmico e outros grupos continuem a retornar depois de perdas militares.”
Esforços Militares Internacionais
A MISSÃO MULTIDIMENSIONAL INTEGRADA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ESTABILIZAÇÃO DO MALI (MINUSMA)
A MINUSMA, criada em 2013, tem mandato para incluir 13.289 do pessoal militar e 1.920 agentes da polícia. As suas forças estão espalhadas por cinco sectores. O seu mandato inclui apoiar a implementação do acordo de paz no Mali e ajudar os actores malianos a estabelecer uma estratégia para a protecção de civis e para a redução da violência. Durante a maior parte da sua existência, revelou-se ser a missão de manutenção de paz mais perigosa do mundo, com 260 soldados da manutenção da paz mortos até Novembro de 2021.
A FORÇA CONJUNTA G5 DO SAHEL
As autoridades formaram a Força Conjunta G5 do Sahel em 2017 como uma aliança militar entre Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger. Na sua criação, foi autorizada pela União Africana e pela sede das Nações Unidas em Bamako, Mali, e inclui pessoal em número de até 5.000, entre soldados, agentes da polícia e guardas. Combate o terrorismo, o tráfico de drogas e o tráfico de seres humanos no Sahel com ênfase em particular nas regiões fronteiriças entre os países membros.
A FORÇA-TAREFA CONJUNTA MULTINACIONAL (MNJTF)
As autoridades criaram a MNJTF em 1994, na Nigéria, em resposta ao banditismo armado na Bacia do Lago Chade. Em 1998, tornou-se verdadeiramente multinacional com a inclusão do Chade e do Níger, que enfrentavam desafios de segurança semelhantes. Em 2015, enquanto o grupo extremista do Boko Haram se espalhava pela região, a União Africana autorizou o destacamento de cerca de 10.000 tropas para resolver a crise de segurança. Agora inclui cinco Estados-membros, nomeadamente Benin, Camarões, Chade, Níger e Nigéria, com quatro sectores em Mora, Camarões; Baga-Sola, Chade; Baga, Nigéria; e Diffa, Níger.
A MISSÃO DE FORMAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA (EUTM) NO MALI
A missão, que começou em 2013, é composta por mais de 800 soldados de 22 países-membros da União Europeia e cinco Estados não-membros. A EUTM no Mali forma e aconselha o exército maliano, melhora o sistema de educação militar e aconselha o pessoal da sede da Força Conjunta G5 do Sahel. Começou com o seu quinto mandato em 2020 e, até meados de 2021, tinha formado mais de 15.000 estudantes das Forças Armadas Malianas numa variedade de habilidades, incluindo primeiros socorros, combate de dispositivos explosivos improvisados e lei sobre os direitos humanos.
A OPERAÇÃO BARKHANE
Esta intervenção militar liderada pela França veio depois da Operação Serval, em Agosto de 2014. Diferentemente da Serval, que estava limitada ao Mali, a Operação Barkhane foi concebida para responder aos militantes em toda a região do Sahel, com ênfase particular na região de fronteira tríplice entre Burkina Faso, Mali e Níger. Cerca de 4.500 soldados foram destacados para Burkina Faso, Chade, Mali e Níger, com sede em N’Djamena, Chade. Em Julho de 2021, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que iria terminar a operação enquanto continuava o apoio da França para os países da região que combatem o extremismo.
A FORÇA-TAREFA TAKUBA
Em Dezembro de 2020, um esforço europeu designado Força-Tarefa Takuba chegou ao norte do Mali, com as primeiras tropas oriundas da França e da Estónia; as forças da República Checa e da Suécia chegaram pouco depois, de acordo com o grupo de reflexão Council on Foreign Relations. Em 2021, a força-tarefa reuniu as forças especiais de sete países europeus para lutar contra o terrorismo no Sahel. A força inclui 600 tropas, metade das quais provenientes do exército francês.
Grupos Armados
O JAMA’AT NUSRAT AL-ISLAM WAL-MUSLIMIN (JNIM)
O JNIM foi formado em Março de 2017, através de uma junção de quatro grupos jihadistas do Sahel: o Ansar al-Dine, a Frente de Libertação de Macina, o al-Mourabitoun e a ramificação do Sahara da al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM). Desde então, expandiu os seus territórios de operações pela África Ocidental enquanto comete violência contra civis, forças de segurança locais, exércitos internacionais e soldados de manutenção da Paz da ONU.
O ANSAR AL-DINE
O Ansar al-Dine, que significa “Defensores da Fé,” é um grupo Tuaregue islâmico, fundado em Dezembro de 2011. O grupo tenta estabelecer a Sharia em todo o Mali e, muitas vezes, ataca civis ocidentais e soldados de manutenção da paz. O grupo esteve muito envolvido no golpe de Estado de 2012, no Mali. Em 2017, o grupo juntou-se oficialmente à Frente de Libertação de Macina, ao al-Mourabitoun e à ramificação do Sahara do AQIM para formar o JNIM.
A FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE MACINA (FLM)
Um afiliado do Ansar al-Dine, a FLM foi formada em Janeiro de 2015 com objectivo de assumir o controlo de um grande território da região central do Mali e substituir o Estado do Mali. Foi fundado por Amadou Koufa, um pregador radical Fulani, oriundo da região de Mopti. O grupo inicialmente atacou tropas malianas, mas pouco depois começou a atacar civis, realizando rusgas de pequena escala nas estações da polícia e assassinado oficiais locais. O grupo alegadamente utilizou dispositivos explosivos improvisados, carros-bomba e ataques suicidas durante um ataque contra o Quartel-General da Força Conjunta G5 do Sahel, em 2018.
O ESTADO ISLÂMICO DO GRANDE SAHARA (ISGS)
A operar na região de Liptako-Gourma do Sahel, ao longo das fronteiras de Burkina Faso, Mali e do Níger, o ISGS visa estabelecer um governo Salafi-jihadista. O grupo é conhecido por competir com outros grupos terroristas, cometer violência contra civis e atacar as forças de segurança internacionais e locais. Em Setembro de 2021, as tropas francesas mataram o líder do ISGS, Adnan Abu Walid al-Sahrawi, que era procurado por realizar ataques mortais contra soldados dos EUA e trabalhadores de ajuda humanitária estrangeiros.
O ANSAROUL ISLAM
Fundado em 2016 por Ibrahim Malam Dicko, um imam e pregador Fulani, é considerado o primeiro grupo islamita de militantes nascido em Burkina Faso. O grupo dividiu-se depois da morte de Dicko, numa rusga liderada pela França ao seu acampamento, em 2017. De 2016 a 2018, pouco mais da metade de eventos violentos de militantes islamitas em Burkina Faso foram atribuídos ao Ansaroul Islam, mas as actividades do grupo reduziram drasticamente nos anos que se seguiram.