EQUIPA DA ADF
A Libéria acaba de fechar o círculo de duas décadas nas forças de manutenção da paz das Nações Unidas.
A precisar de apoio após 14 anos de conflitos e duas guerras civis, o país da África Ocidental acolheu uma missão de manutenção da paz da ONU em 2003. Dez anos depois, as Forças Armadas da Libéria (AFL), reconstruídas, destacaram um pelotão como parte da missão de estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA).
No dia 21 de Dezembro de 2023, com o encerramento da MINUSMA, o contingente de 162 soldados da paz da Libéria regressou do Mali e foi recebido com gratidão e orgulho.
“Vocês são agora o farol da esperança, não só para a Libéria, mas para a região e não só,” o Presidente George Weah disse às tropas durante uma cerimónia no Centro de Formação Barclay, em Monróvia.
Quando o pelotão inicial de 45 soldados liberianos foi destacado como parte da MINUSMA a 23 de Junho de 2013, foi a primeira vez que as AFL operaram no estrangeiro desde que apoiaram a operação da ONU na República Democrática do Congo, no início da década de 1960.
As AFL destacaram cerca de 800 dos seus 2.000 efectivos para o Mali durante oito rotações entre 2013 e 2023.
O Chefe do Estado-Maior das AFL, Major-General Prince C. Johnson III, juntou-se ao presidente cessante para elogiar o regresso das forças de manutenção da paz. Agradeceu igualmente os Estados Unidos pela sua parceria e apoio na ajuda à reconstrução das forças armadas do país.
“O mérito vai sobretudo para o povo da Libéria, pela confiança que deposita nas nossas novas forças armadas”, afirmou durante a cerimónia. “Isso mostra a rapidez com que, com a formação e o equipamento do governo dos EUA — gosto sempre de lhe chamar o dinheiro dos contribuintes dos EUA — as Forças Armadas da Libéria, a nível internacional, aumentaram para quatro o número de países que apoiam.”
Desde 2013, a Libéria tem contribuído com observadores militares para as missões da ONU no Sudão do Sul e no Sudão. Prestou igualmente apoio à missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental na Guiné-Bissau.
Weah disse que a Libéria aspira a que as AFL estejam continuamente empenhadas na responsabilidade de servir a humanidade, assegurando simultaneamente a paz internacional.
“Não tenho dúvidas de que, depois do vosso notável desempenho no Mali, tanto a nível das tropas como dos oficiais do Estado-Maior, estais no caminho da grandeza da manutenção da paz internacional,” afirmou.
A Libéria e as AFL tornaram-se pilares da democracia e da estabilidade na região da África Ocidental, que tem registado uma instabilidade crescente com múltiplos golpes de Estado e insurgências violentas.
Jean-Pierre Lacroix, o subsecretário-geral da ONU para as operações de paz, saudou a transformação da Libéria.
“A Libéria é um exemplo do impacto tangível que a manutenção da paz tem nos países afectados por conflitos”, afirmou. “Hoje, a Libéria é um país em paz, graças aos esforços de milhares de soldados da paz de todo o mundo. Actualmente, a Libéria, por sua vez, envia ‘Capacetes Azuis’ para ajudar outros países a percorrer o difícil caminho entre o conflito e a paz.”
No rescaldo da segunda guerra civil liberiana, os EUA ajudaram a reconstruir as AFL e apoiaram a entrada da Libéria no domínio da manutenção da paz.
O Major-General do Exército dos EUA, Paul Rogers, felicitou as AFL num comunicado. A Guarda Nacional do Michigan, de Rogers, tem trabalhado com a Libéria desde 2009, através do Programa de Parceria Estadual, e esteve envolvida na Reforma do Sector de Segurança da Libéria, através da Operação Onward Liberty, patrocinada pelo Comando dos EUA para África.
“O desempenho das AFL na MINUSMA é uma prova notável de quão longe as forças armadas liberianas chegaram como organização militar profissional e disciplinada,” disse Rogers. “De destinatários de uma missão de manutenção da paz da ONU a elementos de manutenção da paz credíveis e fiáveis na região, o percurso das AFL em menos de duas décadas é verdadeiramente extraordinário.”