EQUIPA DA ADF
Com o crime cibernético a crescer rapidamente em África, as Forças Armadas do Gana planeiam lançar uma Direcção de Operações de Guerra Cibernética e Electrónica para proteger as forças armadas do país contra ataques cibernéticos e para expandir a capacidade do país para detectar e encerrar actividades criminosas online.
As GAF fazem parte do Comité Conjunto de Segurança Cibernética do Gana, criado em 2020 para identificar e responder a ameaças cibernéticas.
O Gana está entre os melhores países de África em matéria de segurança cibernética. É um dos únicos 14 países que assinaram a Convenção da União Africana sobre Cibersegurança e Protecção de Dados Pessoais.
O Índice Global de Cibersegurança da União Internacional das Telecomunicações classifica o Gana em terceiro lugar, atrás das Maurícias e da Tanzânia, no que diz respeito à sua capacidade de proteger os dados dos utilizadores da internet e de impedir violações da segurança. Em 2017, o Gana ocupava o 11.º lugar entre os países africanos da lista.
Apesar deste sucesso significativo, o Banco do Gana estima que a fraude na internet custou aos ganeses mais de 4 milhões de dólares em perdas financeiras directas no primeiro semestre de 2023. Em 2021, o crime cibernético custou aos ganeses 9,4 milhões de dólares, de acordo com um relatório do Banco do Gana.
O Gana tem mais de 23 milhões de utilizadores da internet, o que significa que 68% da população está online. Uma década antes, 2,3 milhões de ganeses estavam online, de acordo com a Autoridade de Segurança Cibernética do país.
Tal como noutros países africanos, a rápida expansão da internet e da tecnologia dos smartphones no Gana foi acompanhada por um aumento da criminalidade online, incluindo o roubo de identidade, a fraude financeira e o phishing — ataques em que os piratas informáticos enganam os utilizadores da internet para que estes forneçam acesso aos seus computadores, enviando-lhes e-mails ou ligações de aparência legítima.
“Muitos ganeses não estão sensibilizados sobre os riscos associados às actividades online. Esta falta de conhecimentos torna-os alvos fáceis de várias fraudes cibernéticas,” escreveu recentemente o analista de segurança cibernética, Samuel Sarfo, de Acra, num blogue no LinkedIn.
Ao contrário de muitas outras nações africanas, para as quais a segurança cibernética continua a ser uma prioridade reduzida, o Gana tomou medidas importantes para proteger as suas forças armadas e a sua população civil. Abordou também países vizinhos da África Ocidental para partilhar o seu know-how em matéria de segurança cibernética.
Ao anunciar o novo programa no Camp Burma, em Acra, o Vice-Almirante Seth Amoama, chefe do Estado-Maior da defesa das GAF, salientou que a segurança no espaço cibernético se tornou tão vital para a defesa nacional como a segurança em terra, no mar, no ar e no espaço.
“Temos a responsabilidade de proteger os nossos dados, a nossa base de dados, a nossa rede, as nossas infra-estruturas de comunicação e outros bens das GAF,” afirmou Amoama, segundo o Ghanaian Times.
Acrescentou ainda que a melhoria da sensibilização cibernética dos profissionais de segurança é uma prioridade máxima.
“Enquanto tomamos medidas para proteger a nossa infra-estrutura de informação crítica, queremos assegurar a todos que estão a ser feitos esforços para que os membros das GAF compreendam as vulnerabilidades das ameaças cibernéticas e o seu impacto na prontidão da missão,” afirmou.
Safro exortou as autoridades ganesas a continuarem a reforçar a segurança cibernética do país, educando a população sobre os riscos para a sua segurança online, colaborando com as empresas e as forças da lei e ordem para detectar ataques e respondendo rapidamente quando estes ocorrem.
“À medida que a nação continua a abraçar a transformação digital, o reforço das medidas de segurança cibernética, a sensibilização e a promoção da colaboração entre as partes interessadas são vitais para atenuar os custos crescentes do crime cibernético,” escreveu Safro. “Ao tomar medidas proactivas, o Gana pode salvaguardar o seu futuro digital, proteger os seus cidadãos e empresas e fortalecer a sua posição no panorama digital mundial.”