EQUIPA DA ADF
A segurança e a colaboração regionais são o foco para mais de 7.500 participantes de países africanos, dos Estados Unidos e dos países da NATO que se reuniram para o exercício Leão Africano 2022.
Marrocos é o anfitrião das fases de terra, mar e ar do exercício anual, na sua 18ª interacção. Trata-se do maior e mais antigo exercício anual conjunto do Comando dos EUA para África realizado no continente.
O General Belkhir El Farouk, segundo no comando do exército do Marrocos, deu as boas-vindas ao pessoal proveniente de 20 países, incluindo 10 países africanos, na cerimónia de abertura do dia 20 de Junho, tendo afirmado que o exercício visa consolidar as parcerias e facilitar a tomada de decisões.
“Os desafios de segurança obrigam-nos a aprender lições de situações diferentes, a convergir abordagens relacionadas com a utilidade dos exercícios conjuntos, a melhorar a integração de executivos nos quadros de pessoal multinacionais e a vencer os aspectos culturais, linguísticos e de procedimento para maior cooperação sinergética,” disse.
“Portanto, este exercício faz parte desta abordagem, em perfeita harmonia com as aspirações dos nossos países e com as necessidades das trocas de experiência modernas, um benefício para demonstrar o alto nível de interoperabilidade operacional, técnica e de procedimento, a integração de homens, sinergias da imprensa e, acima de tudo, uma avaliação objectiva de cada situação para facilitar a tomada de decisões.”
O Leão Africano 2022 contou com:
- Um exercício de posto de comando da força-tarefa conjunta.
- Um exercício de armas combinadas com munições verdadeiras.
- Um exercício marítimo.
- Um exercício aéreo envolvendo uma aeronave Super Hercules C-130J dos EUA, um Stratotanker KC-135 e um avião de combate B1-B, sobrevoando em missões com a Força Aérea Real Marroquina.
- Um exercício de treino em campo incorporando pára-quedistas.
- Um exercício de resposta química, biológica, radiológica e nuclear.
- Um evento do programa de assistência humanitária e cívica.
Algumas manobras do exercício Leão Africano 2022 também ocorreram no Senegal e na Tunísia.
Antes da parte militar do exercício, houve cursos académicos em matérias de cibersegurança, jurídico-forense, planificação médica e como avaliar a eficiência de operações e técnicas militares conjuntas.
As manobras militares no Marrocos iniciaram no dia 20 de Junho, na base aérea das Forças Armadas Reais, em Kenitra, a uma pequena distância a norte da capital, Rabat, antes de passar para o sul, nas cidades de Agadir, Benguerir, Taroudant, Tan Tan e a cidade de Mahbes, no Saara Ocidental.
No calor asfixiante de Grier Labouihi, no dia 21 de Junho, observadores e a imprensa assistiram a dois sistemas de artilharia a dispararem de forma intermitente rajadas de três rodadas.
Os morteiros marroquinos, produzidos nos EUA, com alcance de 18 quilómetros, foram os primeiros, seguidos de sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade M142 (HIMARS), com um alcance de 80 quilómetros.
“A grande área aberta, a capacidade de realizar tiros com munições reais, a capacidade de realizar treinos de pára-quedas, a possibilidade de realizar treinos no deserto — para o Exército dos Estados Unidos, esta é uma grande oportunidade para treinar num ambiente com o qual não estamos totalmente familiarizados e com especialistas neste ambiente, sendo estes os marroquinos,” comandante da Força-Tarefa do Exército dos EUA para o Sul da Europa, África, Major-General Andrew Rohlling, disse à imprensa.
Rohlling enfatizou que o objectivo mais amplo do exercício Leão Africano 2022 é fortalecer a interoperabilidade entre os países parceiros.
Ele disse que o Leão Africano 2022 fornece aos países participantes a oportunidade de trocar experiências e reforçar a cooperação militar para garantir a segurança e a estabilidade regionais.
Este sentimento foi reflectido em Gana, outro país participante, que viu o seu papel a expandir para também ser anfitrião.
Antes de ver as suas tropas saírem para participar no Leão Africano 2022, o Major-General Thomas Oppong-Peprah, do Gana, disse que é um imperativo treinar com outros exércitos para melhorar a segurança e a prontidão nacionais e regionais.
“Se estamos a internacionalizar os nossos treinos, é porque acreditamos no facto de que as ameaças modernas não podem ser combatidas por um único país,” disse, de acordo com a revista Ghana Peace Journal. “Deve ser através de um esforço conjugado.”