EQUIPA DA ADF
Uma comunicação eficaz é fundamental para qualquer operação bem-sucedida, mas torna-se exponencialmente mais difícil quando a operação envolve vários países com uma variedade de tecnologias e técnicas.
Este facto esteve na base das comunicações do Exercício Dipuisano no Botswana da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC),. “Dipuisano” significa “discussões” em Sesotho.
À medida que as nações africanas se esforçam por responder a crises com intervenções organizadas a nível regional, a capacidade de comunicar sem problemas torna-se mais importante do que nunca. As comunidades económicas regionais, como a SADC, estão a trabalhar para melhorar os padrões de comunicação, o Brigadeiro-General Oreeditse Sheriff Tsamaase, da Força de Defesa do Botswana, disse durante o exercício.
O exercício de duas semanas reuniu representantes militares, agentes da polícia e civis de 10 membros da SADC: Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Malawi, Namíbia, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
“O exercício é importante para a Namíbia, pois fornece uma plataforma para a [Força em Estado de Alerta] da SADC testar o equipamento de comunicação, que, na maioria dos casos, é de diferentes fabricantes com diferentes formatos,” Coronel Petrus Shilumbu, porta-voz do Ministério da Defesa e Assuntos dos Veteranos da Namíbia, disse à ADF por e-mail. A Namíbia enviou 21 representantes para o evento.
A SADC criou a sua Força em Estado de Alerta, também conhecida como Brigada de Intervenção, em 2008, para responder a crises regionais. Tornou-se totalmente operacional em 2017.
A Força em Estado de Alerta da SADC é uma das cinco forças regionais que contribuem para a Força de Intervenção Africana criada pela União Africana. A Força em Estado de Alerta da SADC tem por missão a manutenção da paz nos países afectados por perturbações políticas. A força destina-se a restabelecer a paz e a actuar para evitar a propagação da instabilidade de um país para os seus vizinhos.
A força foi destacada em 2021 como uma missão de contra-insurgência para apoiar Moçambique na luta contra o terrorismo e o extremismo violento em Cabo Delgado, a província rica em gás que faz fronteira com a Tanzânia. Essa missão continua.
“O exercício permitiu perceber que existem desafios nas comunicações, especialmente na interoperabilidade do equipamento, nos procedimentos de voz e na ausência de procedimentos operacionais normalizados,” Shilumbu disse à ADF.