EQUIPA DA ADF
O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que o governo dos EUA irá adquirir e doar 500 milhões de vacinas contra a COVID-19 para serem enviadas para 92 países em vias de desenvolvimento até Junho de 2022, incluindo 200 milhões para serem entregues até finais deste ano.
O envio das vacinas iniciará em Agosto “logo que as mesmas saírem da linha de produção,” disse Biden à imprensa antes da cimeira do Grupo dos Sete (G7), na Inglaterra. Elas serão alocadas através da COVAX, o plano global para a distribuição equitativa das vacinas.
“Os Estados Unidos estão a providenciar este meio bilhão de doses sem nenhum condicionalismo,” disse Biden. “As nossas doações de vacinas não incluem pressão para obtenção de favores ou potenciais concessões. Fazemos isso para salvar vidas, para acabar com esta pandemia, e mais nada.”
O Dr. John Nkengasong, director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), aplaudiu a notícia da doação de vacinas, especialmente numa altura em que as taxas de infecções pela COVID-19 aumentaram em muitas partes do continente, que enfrentou dificuldades em inocular as pessoas.
O Chade não administrou a sua primeira dose da vacina contra a COVID-19 até início de Junho. Nessa altura, pelo menos cinco outros países africanos não tinham feito a vacinação de uma única pessoa, de cordo com o Africa CDC. Nigéria, o país mais populoso de África, com mais de 200 milhões de habitantes, tinha vacinado apenas 0,1% da sua população, enquanto a taxa em Uganda esteve ainda mais baixa.
“Certamente que vai ser uma grande ajuda” e “claramente que é um motivo para comemorar,” Nkengasong disse ao The Associated Press (AP).
Os EUA comprometeram-se em oferecer 2 bilhões de dólares adicionais à COVAX, mas agora estão a redireccionar o dinheiro para ajudar a pagar pelos 500 milhões de doses doadas, que têm um custo estimado de 3,5 bilhões de dólares, de acordo com uma reportagem da Voz da América (VOA).
Esta acção é um sinal de que os EUA, “em termos de intenção, não são restritivos nem egocêntricos” no que diz respeito às vacinas, Leslie Vinjamuri, directora de programa para os EUA e as Américas, na Chatham House, disse à VOA.
Organizações humanitárias também aplaudiram a acção.
“Esta acção envia uma mensagem incrivelmente forte sobre o compromisso da América de ajudar o mundo a combater esta pandemia e sobre o imenso poder da liderança global dos EUA,” disse Tom Hart, PCA interino da The ONE Campaign, uma organização que trabalha para acabar com a pobreza e doenças evitáveis.
Especialistas em matérias de saúde, como Kate Elder, conselheira sénior de políticas relacionadas com as vacinas, na organização Médicos Sem Fronteira, sublinharam que as vacinas devem ser distribuídas de forma urgente.
“Para salvar vidas é necessário que haja vacinações agora,” disse Elder à AP. “Não no final de 2021, não em 2022, mas agora.”
Pouco depois do anúncio feito por Biden, os líderes do G7 divulgaram um plano para doar 1 milhão de doses da vacina contra a COVID-19 aos países em desenvolvimento. A doação dos EUA representa metade do total.
O Reino Unido doará 100 milhões de doses, conforme o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, anunciou na cimeira.
“Como resultado do sucesso do programa de vacinação do Reino Unido, agora estamos em condições de partilhar uma parte do excedente das nossas doses com os que mais necessitam,” disse Johnson numa reportagem da VOA. “Fazendo isso, estaremos a dar um passo gigantesco para acabar de uma vez por todas com esta pandemia.”