EQUIPA DA ADF
Madagáscar está a enfrentar uma segunda vaga mais contagiosa e mais mortífera da COVID-19, que obrigou o país a alterar a sua abordagem de combate à pandemia.
O governo dos Estados Unidos recentemente doou equipamento de protecção individual (EPI) para ajudar os profissionais de saúde a continuarem a cuidar dos pacientes.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) doou, no dia 11 de Março, 45.500 viseiras médicas, 39.000 luvas, 2.600 batas descartáveis, 2.600 protectores de calçado descartáveis, 650 óculos, 650 termómetros, 260 macacões e 650 frascos de gel desinfectante.
O Comando dos EUA para África (AFRICOM) adquiriu o EPI produzido localmente e o Ministério de Saúde Pública de Madagáscar identificou 13 áreas prioritárias.
Dr. Joss Razafindrakoto, um especialista em doenças contagiosas, da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional em Madagáscar, anunciou a doação como um modelo para a parceria EUA-Madagáscar.
“Este projecto foi possível graças à excelente colaboração entre o Ministério de Saúde Pública, a Embaixada dos EUA e o projecto USAID IMPACT,” disse à ADF. “Trabalhamos em estreita colaboração para garantir que esta doação fosse disponibilizada a fim de proteger os profissionais de saúde em caso de uma segunda vaga da COVID-19 em Madagáscar, a qual infelizmente estamos a enfrentar.”
“Este equipamento de protecção é muito eficaz para a protecção dos profissionais de saúde e salva vidas.”
Em resposta àquilo que na altura eram números recordes de registos de infecções, em Julho de 2020, o primeiro pacote de ajuda da COVID-19 do AFRICOM para Madagáscar consistia de 4.000 viseiras médicas para os profissionais de saúde de Toliara e Moramanga.
A USAID anteriormente ofereceu 2,5 milhões de dólares em financiamento de emergência em 2020 e canalizou projectos de saúde planificados da USAID, avaliados em 2,2 milhões de dólares, para apoiar a resposta de Madagáscar à pandemia. Os Estados Unidos são o maior país doador singular do sistema de saúde de Madagáscar, contribuindo com 72 milhões de dólares, em 2020.
“Os Estados Unidos da América e Madagáscar são ‘mpirahalahy mianala’ [irmãos que caminham juntos nas florestas] enquanto lutamos para garantir uma boa saúde para o povo malgaxe e a saúde do dedicado pessoal de saúde de Madagáscar,” Embaixador dos EUA, Michael Pelletier, disse num comunicado divulgado aquando do anúncio da doação de Março.
No dia 6 de Abril, o país insular, de cerca de 27 milhões de habitantes, tinha registado 26.127 casos confirmados e 469 mortes desde que a pandemia começou, de acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças.
Contudo, o frágil sistema de saúde do país esteve sobrecarregado no pico de ambas vagas de infecção, causando uma subnotificação generalizada dos casos.
Hanta Marie Danielle Vololontiana, porta-voz do Centro Nacional de Comando da COVID-19, disse, num comunicado de Julho de 2020, que as pessoas que morrem em casa não seriam incluídas nas estatísticas oficiais.
Impulsionados pela presença da variante sul-africana, houve 4.865 novos casos em Março e 136 mortes. Madagáscar declarou um estado de emergência de 15 dias, no dia 4 de Abril. São proibidos os aglomerados de mais de 100 pessoas. O uso de máscaras e o distanciamento físico em lugares públicos são obrigatórios. As escolas estão encerradas. Os voos internacionais estão suspensos e a entrada de turistas é proibida.
O Ministro de Saúde, Jean Louis Hanitrala Rakotovao, anunciou, no dia 1 de Abril, que Madagáscar, um dos últimos redutos do mundo, se juntou ao programa de partilha da vacina da COVAX, depois de meses de oposição pelo presidente.
A Academia Nacional Malgaxe de Medicina recomendou que a campanha começasse com profissionais de saúde.
“Ainda existem muitos estágios para se ultrapassar; mas já demos um primeiro passo,” Rakotovao disse num vídeo do ministério.