EQUIPA DA ADF
O governo dos EUA doou equipamento de protecção individual avaliado em 147 milhões de francos ruandeses (147.000 dólares) ao Ruanda, numa altura em que as taxas de infecção da terceira vaga de COVID-19 baixaram, no início de Outubro. Os materiais doados incluem máscaras cirúrgicas, luvas esterilizadas e botas de protecção.
Os EUA já doaram mais de 17 milhões de dólares para a resposta daquele país à COVID-19, desde Março de 2020.
O apoio incluiu a construção de estações de lavagem das mãos em todo o país; apoio para comunicações públicas; pessoal e viaturas para apoiar o rastreamento de contactos; equipamento e suprimentos para diagnósticos laboratoriais; apoio para a formação de profissionais de saúde da linha da frente; equipamento médico como ventiladores, camas hospitalares, unidades de cuidados intensivos e máquinas de raio-X; e suprimentos para a prevenção e o controle de infecções, incluindo sacos para substâncias perigosas, álcool e sabão.
A abordagem inovadora do Ruanda para com a COVID-19 — a utilização de robots, câmaras térmicas, drones e cães para farejar o coronavírus — ganhou elogios a nível mundial desde que a pandemia começou.
O Ministro de Saúde do Ruanda, Dr. Daniel Ngamije, reservou algum tempo para conhecer os epidemiólogos do país, durante uma conferência realizada em Setembro, sobre o papel da epidemiologia na luta contra a COVID-19, malária, segurança da saúde, HIV e tuberculose.
“Expresso a minha gratidão aos epidemiólogos que fizeram um trabalho louvável durante esta pandemia, não seríamos capazes de convencer os decisores sem as vossas evidências,” disse Ngamije numa reportagem do jornal ruandês, The New Times.
Dr. Simon Nyovuura Antara, director da Rede Africana de Epidemiologia de Campo, afirmou que o Ruanda ajudou a fortalecer os programas de formação em epidemiologia.
“Quero lembrar aos epidemiológicos que vocês são os investigadores das doenças, especialmente das pandemias,” disse Antara na conferência. “O Ruanda investiu nos programas de Epidemiologia de Campo de qualidade e está a contribuir nos níveis nacional e internacional onde agora estão a formar colegas nos outros países.”
As taxas de infecção e de mortes em Ruanda são muito mais baixas do que nos seus países vizinhos. De acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, o Ruanda registou 99.300 casos de COVID-19 e menos de 1.300 mortes até ao dia 21 de Outubro.
A antiga Ministra de Saúde do Ruanda, Agnes Binagwaho, é considerada uma arquitecta do actual sistema de saúde daquele país. Agora vice-reitora da Universidade da Equidade da Saúde Global de Kigali, Binagwaho disse que um dos motivos pelos quais o país conseguiu fazer uma boa gestão da COVID-19 foi que o sistema de saúde ganhou a confiança pública pela sua resposta aos passados surtos de doenças.
“A primeira coisa é — assim como ocorreu durante a crise de Ébola — as pessoas precisam de não ter o medo de dizer, ‘Eu tenho.’” disse Binagwaho à The BMJ, uma revista médica especializada. “Elas precisam de saber que, por terem, não serão satanizadas ou exiladas, não serão obrigadas a pagar um grande preço. O sistema de saúde não deve piorar a violência estrutural. Qualquer crise tem uma tendência de piorar as desigualdades, a menos que possamos intervir. Penso que foi isso que fizemos.”