EQUIPA DA ADF
Os Estados Unidos ofereceram 9 milhões de dólares em armamento, viaturas e suprimentos médicos e outros equipamentos ao Exército Nacional da Somália para ajudá-lo a combater o grupo extremista, al-Shabaab.
O equipamento, formalmente doado numa cerimónia de 8 de Janeiro, inclui veículos de apoio e de construção, kits de desactivação de engenhos explosivos, suprimentos médicos e equipamento de manutenção de viaturas e armas. A maior parte dos suprimentos foi enviada para os Estados de Hishabelle e Galmudug para apoiar as tropas do Exército Nacional da Somália.
“Permitam-me transmitir os agradecimentos do governo federal da Somália ao governo dos Estados Unidos da América pelo apoio contínuo ao processo de edificação da paz na Somália e pelo apoio à luta contra o terrorismo,” disse o Ministro da Defesa, Abdulkadir Mohamed Nur Jama. “Este apoio vem num tempo crítico para as nossas forças enquanto reforçamos as suas capacidades para combater o al-Shabaab.”
Depois de ser eleito presidente, em Maio de 2022, o governo de Hassan Sheikh Mohamud declarou “guerra total” contra a organização terrorista, que assola o país há décadas.
O al-Shabaab demonstrou ser difícil de derrotar, infiltrando-se na sociedade somali com o objectivo de criar um Estado islâmico extremista. A agência de notícias The Associated Press (AP) comunicou que o grupo extremista se tornou especialista na exploração de divisões de clãs e na extorção de milhares de dólares por ano de empresas e agricultores, na sua “busca para impor um califado islâmico.”
A insurgência continua a ser o maior desafio de segurança daquele país. Ela controla grandes partes da região sul do país e continua a realizar ataques letais contra civis e forças internacionais.
Nas áreas em que controla, o al-Shabaab aplica uma interpretação particularmente repressiva da Sharia, proibindo coisas como filmes, música, fumar, roupas de estilo ocidental e aparar as barbas.
“Apedrejamentos e amputações foram utilizadas para suspeitos adúlteros e ladrões,” comunica o Conselho de Relações Exteriores. “Ao mesmo tempo, o grupo proíbe a cooperação com agências humanitárias, criando um maior desafio em meio a secas sem precedentes.”
As secas levaram a população daquele país à beira do desastre. Os animais estão a morrer, as culturas estão a secar e milhares de pessoas estão a passar fome. A seca obrigou os somalis a abandonarem as comunidades controladas pelo al-Shabaab para procurar habitações temporárias.
A Somália diz que, desde Agosto de 2022, mais de 1.200 militantes foram mortos na sua ofensiva nacional renovada, embora tal relato não possa ser confirmado. Mas as agências de notícias comunicaram que os mais recentes ataques da Somália estão a começar a produzir resultados.
Em Agosto de 2022, os residentes de uma aldeia na região central da Somália souberam que as forças da Somália tinham expulsado combatentes do al-Shabaab das cidades vizinhas. Um pequeno grupo de residentes das aldeias reuniu-se secretamente com o comandante das tropas da Somália e concordou em pegar em armas, “juntar-se à milícia local e combater lado a lado com as forças da Somália nas batalhas rurais,” reportou a AP.
A antiga conselheira de segurança do governo da Somália, Samira Gaid, disse que o apoio popular às tropas nacionais é novo depois de anos de operação extremista.
“Isto ainda é uma ofensiva de destaque, uma vez que, pela primeira vez, vemos um despertar dos cidadãos que é apoiado pelo governo federal,” disse à AP. No passado, os somalis observaram organizações como a União Africana e as tropas dos países vizinhos de Etiópia e Quénia liderarem a luta.
Em Janeiro, mais de 300 clérigos muçulmanos reuniram-se em Mogadíscio para declarar o seu apoio à guerra daquele país contra os grupos militantes. A Voz da América comunicou que aquela reunião marcou a primeira vez em muitos anos que os clérigos somalis de todas as seitas do Islão se reuniram para denunciar o terrorismo. Mesmo a seita conservadora Wahhabi, que foi acusada de simpatizar com o al-Shabaab, participou.
“Apoiamos o sucesso alcançado pelas forças de segurança da Somália na sua luta histórica para libertar as comunidades da Somália que sofrem com o al-Shabaab,” disse o Embaixador dos EUA na Somália, Larry André. “Esta é uma campanha dirigida por somalis e combatida por somalis.”