THOMSON REUTERS FOUNDATION
As Nações Unidas estão a testar drones equipados com sensores de mapeamento e atomizadores para usar pesticidas em partes da África Oriental, que está a lutar contra uma invasão de gafanhotos do deserto. Centenas de milhões de insectos vorazes passaram por Etiópia, Quénia e Somália, naquilo que a ONU chamou de pior surto do quarto de século. Djibouti, Eritreia e Uganda também foram afectados.
Os insectos, que podem viajar até 150 quilómetros por dia, ameaçam aumentar a carência de alimentos na região onde perto de 25 milhões de pessoas sofrem por três anos consecutivos de secas e cheias, dizem as agências de ajuda humanitária.
Em Fevereiro de 2020, Keith Cressman, oficial sénior de previsão do comportamento dos gafanhotos na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, disse que seriam testados protótipos que poderiam detectar as pragas via sensores especiais e adaptar a sua velocidade e altura conforme o caso.
“Ninguém antes já fez isto com gafanhotos do deserto”, disse Cressman. “Por isso, não temos metodologia provada para o uso de drones para pulverização de gafanhotos. Já existem pequenos atomizadores para pulverizar, feitos para drones. Mas com os gafanhotos, nós simplesmente não sabemos a que altura e a que velocidade voar.”
Oficiais quenianos dizem que os drones podem desempenhar um papel importante na provisão de alerta antecipado quando as pragas de gafanhotos chegarem numa zona.
“Cada condado precisa de uma aeronave, mas nós apenas temos cinco neste momento e eles podem apenas estar num único lugar de cada vez”, disse David Mwangi, responsável pela protecção das plantas no Ministério de Agricultura do Quénia. Nós nunca utilizamos os nossos drones antes, mas eu penso que vale a pena testá-los visto que podem ajudar.”