Quando a segunda vaga de infecções pela COVID-19 atingiu Eswatini, em Janeiro, o reino registou a quarta maior taxa de mortalidade causada pelo vírus no mundo, de acordo com a Embaixada dos EUA em Eswatini.O país de cerca de 1,1 milhões de habitantes registou pouco mais de 19.000 infecções pela COVID-19 e aproximadamente 680 mortes até 5 de Julho, de acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças.
Quando os epidemiologistas previam uma terceira vaga mais longa e possivelmente mais severa no hemisfério sul, os EUA doaram suprimentos médicos, equipamento de protecção individual e serviços médicos avaliados em 774.188 dólares, para ajudar o Eswatini a mitigar o esperado aumento acentuado do número de infecções.
A doação de Junho incluiu formação para profissionais de saúde envolvidos na gestão de casos de COVID-19, oxigénio médico, concentradores de oxigénio e máscaras rebreather de oxigenoterapia, que foram utilizados para tratar os pacientes da COVID-19 na África do Sul.
“Estamos orgulhosos de poder ser os primeiros a trazer esta inovação sul-africana, específica para a COVID, para o Eswatini,” Embaixadora dos EUA, Jeanne Maloney, disse durante a cerimónia de entrega. “Estas máscaras são um divisor de águas na luta contra a COVID-19 devido ao facto de este equipamento fechar a lacuna entre a actual oxigenoterapia padrão e a ventilação de cuidados intensivos, enquanto exige um fluxo de oxigénio semelhante ao das máscaras faciais normais.”
Os EUA doaram 8,5 milhões de dólares ao Eswatini desde o início da pandemia. Doações anteriores incluem 11.250 viseiras faciais plásticas, 12.400 máscaras faciais com filtro e 256 termómetros infravermelhos ao Ministério de Saúde.
As doações recentes chegaram numa altura em que o Eswatini se prepara para entrar na sua segunda fase de implementação da vacina contra a COVID-19. Análises da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstraram que Eswatini administrou mais vacinas por pessoa do que qualquer outro país africano durante a primeira fase da sua campanha de vacinações.
“Eswatini aplicou aproximadamente 110% das doses que recebeu, visto que usou todos os frascos disponibilizados,” Dra. Phionah Atuhebwe, oficial da introdução das novas vacinas para África, na OMS, disse à ReliefWeb. “Cada frasco contém um pouco mais do fluido necessário em cada dose, para prever casos de derramamento ou acidente, mas com as poucas doses preciosas, o Eswatini aproveitou ao máximo aquilo que tinha.”
Entre os vacinados encontrava-se Linda Simelane, que vive na zona rural de Sibebe. Simelane contraiu a COVID-19 no ano passado e descreveu uma experiência miserável.
“Quando acordei não conseguia respirar. Não conseguia andar e sentia dor de cabeça. Consegui telefonar para o meu filho que veio rapidamente e levou-me para o hospital,” Simelane disse à ReliefWeb. “Depois de um raio-X, o profissional de saúde disse-me que os meus pulmões estavam acabados. Então, levaram-me directamente para os cuidados intensivos e colocaram-me oxigénio e soro.”
Simelane recuperou-se e recebeu alta depois de vários dias. Quando as primeiras vacinas contra a COVID-19 chegaram, em Março, ela disse que não tinha a certeza se devia tomar uma.
“Mas agora já tomei e aconselho as pessoas a vacinarem porque esta não é uma doença qualquer,” Simelane disse à ReliefWeb.
A profissional de saúde, Vuyisile Lukhele, disse que outros hesitavam receber a vacina contra a COVID-19 por causa da desinformação sobre a sua eficácia e sobre potenciais efeitos colaterais.
Para combater a desinformação e certificar que todos concordassem em ser vacinados, o Ministério de Saúde criou um comité de mitos e desinformação.
“O maior sucesso foram a procura do público e a aceitação da vacina,” Lizzy Nkosi, Ministra de Saúde de Eswatini, disse à ReliefWeb. “Começámos a fazer a monitoria da desinformação e a envolver o público desde muito cedo na resposta à COVID-19 e edificar a confiança através do envolvimento constante via conferências de imprensa e spots publicitários especificamente centrados na vacina da AstraZeneca. Até a altura em que a vacina chegou, as pessoas queriam estar protegidas da doença grave e da morte.”